A importância de um plano nacional de segurança contra desastres naturais
25 de março de 2011, às 14h34 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Pensando nesta demanda, engenheiros de todo o Brasil estarão reunidos na próxima semana em Foz do Iguaçu, para falar nos dias 29 e 30 sobre o desenvolvimento de um plano de segurança inédito no País voltado a prevenção de catástrofes e desastres naturais.Segundo o presidente do CREA-PR, engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr, é imprescindível trazer à tona a discussão sobre a falta de infraestrutura das cidades brasileiras. “Transtornos econômicos e sociais mostram a falta de preparo e inexistência de um posicionamento preventivo em detrimento de outro puramente reativo”, fala.Para ele, estas situações poderiam ser evitadas se o Brasil contasse com um melhor planejamento e planos diretores que atendessem os interesses da ciência e da cidadania. “Precisamos de melhores sistemas de monitoramento, trabalhar com contenção de encostas, dragagem de rios, usar indicadores que permitam anunciar desastres e evadir a população com certa antecedência”, frisa. “É o momento da sociedade olhar mais e valorizar a importância de contar com quadros técnicos qualificados e especializados em suas prefeituras, estados, união, nos órgãos de planejamento e de controle da engenharia. Estes profissionais especializados muito têm a contribuir na estruturação de um planejamento eficaz e eficiente que minimize os danos causados por estes tipos de calamidade”.
De acordo com o conselheiro federal e engenheiro agrônomo Kleber Souza dos Santos, do CONFEA, o preparo do País faz toda a diferença no momento de reagir a calamidades. “No Haiti, morreram cerca de 200 mil pessoas em um terremoto de 7 pontos na escala Richter. No Japão, o terremoto de 8.9 pontos vitimou cerca de 10 mil cidadãos. Isso se deve basicamente ao planejamento e antecedência”, diz.
Atuação preventiva
Há alguns anos o CREA-PR e as entidades de classe das áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências vêm alertando as autoridades e lideranças sobre a necessidade de investimentos em prevenção de catástrofes. Especialistas afirmam que mesmo as catástrofes naturais podem ter seus efeitos minimizados ou até evitados se as cidades estiverem preparadas e já existe tecnologia e conhecimento à disposição para enfrentar estes problemas.
Uma das ações neste sentido é o programa Agenda Parlamentar que, por meio de propostas e diagnósticos, apresenta aos municípios áreas prioritárias de investimento para a melhoria da qualidade de vida da população. Neste sentido, muitas propostas englobam ações ambientais e ligadas à infraestrutura urbana e crescimento ordenado das cidades e que, caso sejam implantadas, podem auxiliar a minimizar os efeitos das tragédias. Para o Litoral do Paraná, por exemplo, uma das propostas apresentadas pelos profissionais foi a da preservação das áreas de mangue e restingas.
Como resultado deste trabalho surgiu o caderno técnico “Prevenção de Catástrofes”, escrito pelo engenheiro agrimensor Alvadi Coelho. Segundo o autor, o caderno auxilia a desenvolver o senso de percepção e comprometimento por parte da sociedade, principalmente dos agentes públicos. “Somente assim teremos uma redução dos efeitos causados pela ocorrência de desastres em todo o Brasil”, afirma. Os cadernos técnicos estão disponíveis para consulta no blog Paraná em Debate – www.paranaemdebate.com.br
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