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Acesso em 10/08/2024 às 16h14.

Tecnologias com foco na acessibilidade apresentadas no 2˚ Seminário Internacional sobre o tema

5 de agosto de 2013, às 19h59 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

As atividades do 2˚ Seminário Internacional de Acessibilidade do CREA-PR foram retomadas na tarde desta segunda-feira com o bloco Soluções Tecnológicas, iniciado com a palestra do assessor da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano, engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr (foto), ex-presidente do CREA-PR.

Ele apresentou o Projeto Calçadas, que visa à construção e readequação de calçadas em vias pavimentadas e já disponibilizou R$ 60 milhões com esta finalidade, metade em municípios com menos de 5 mil habitantes, a outra parte em cidades de 5 mil a 50 mil habitantes. Em sua fala, defendeu que as calçadas sejam assumidas pelo poder público como sua responsabilidade, transformando essa questão em uma obrigação do Estado. Em Curitiba, segundo matéria veiculada no jornal Gazeta do Povo neste domingo, a Prefeitura Municipal credita a responsabilidade pela construção e manutenção das calçadas aos proprietários dos imóveis, segundo a Lei Municipal 11.596/05.

A palestra seguinte, sobre Mobilidade Urbana aplicada à Acessibilidade, foi proferida pelo engenheiro civil espanhol Jaime Solom Gracia e mostrou que a falta de acesso é um problema universal, enfocando o caso da cidade de Vitoria-Gasteiz, na Espanha, conhecida como a “capital verde europeia”.

“Os espaços urbanos possuem um planejamento muito mais dirigido para a circulação de veículos motorizados, seja na adaptação de cidades históricas como as da Europa ou de cidades novas que enfrentam os mesmos problemas. Isso afeta pessoas sem limitações, que por vezes se veem com mobilidade reduzida nestas ‘cidades dos carros’”, disse, ao informar que 12% da população europeia possui algum tipo de deficiência.

O coordenador do Comitê de Acessibilidade do CREA-PR, engenheiro mecânico Sérgio Yamawaki, falou após Gracia sobre Tecnologias para Acessibilidade. Ele apresentou dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que confirmam a existência de mais de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, destas, 45,6 milhões apenas no Brasil. “Cerca de 500 brasileiros se tornam deficientes todos os dias, seja por acidentes ou por doenças que deixam sequelas, por isso esse assunto merece ampla discussão”, disse.

Yamawaki exibiu diversas tecnologias assistivas desenvolvidas para facilitar o cotidiano de pessoas com deficiência, como um implante na retina (que permite aos deficientes visuais ver os sinais de braille sem tocar), um implante ocular que consiste em microchips sensíveis à luz implantados na superfície interna do olho e que conseguem restaurar alguma visão aos cegos, próteses e cadeira de rodas movimentada a partir de um sensor colocado na parte inferior da língua.

Entre as tecnologias desenvolvidas no Brasil, citou um equipamento que identifica e traduz em voz alta a cor de objetos, a máquina de escrever em braille, os ônibus com sinalização eletrônica (que permitem ao passageiro escolher a linha de ônibus que quer aguardar e ativam um sinal de rádio com pedido de embarque) e a bengala eletrônica que detecta obstáculos e sua distância com tecnologia do sonar, entre outros.

O engenheiro mecânico mostrou também o totem da acessibilidade, de sua autoria, que tem o intuito de conscientizar motoristas que ocupam vagas de estacionamento exclusivas para idosos ou deficientes. Formado por um sensor aplicado sobre cada vaga exclusiva, composto por um laço magnético embutido no piso e monitorado ininterruptamente, ele detecta a presença de veículos ou motos, verificando se há uma credencial eletrônica registrada. Caso o motorista tenha a credencial, o totem emite uma mensagem de boas vindas. Do contrário, uma mensagem de texto e de voz comunica ao condutor que aquela é uma vaga exclusiva.

O engenheiro cartógrafo Luiz Octavio Oliani, vice-presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros Cartógrafos (ABEC-PR), apresentou a palestra Cartografia aplicada à Acessibilidade, confirmando que o geoprocessamento é uma útil ferramenta para o planejamento público. “Ele pode servir como base para os gestores planejarem o desenvolvimento, seja ele a reforma de calçadas ou qualquer outra sugestão advinda de um projeto de Engenharia”, assegurou.

A programação do primeiro dia do Seminário terminou com a apresentação do Handtalk, aplicativo para tablet e celular que auxilia o acesso à escola de crianças e jovens em período escolar que encontram barreiras na aprendizagem. A palestra foi feita pelo criador da ferramenta, Ronaldo Tenório, que mostrou a função do Handtalk de traduzir em tempo real qualquer palavra ou frase em português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

 

Por Daniela Licht. Foto: Silvio Vera


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