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Acesso em 10/08/2024 às 14h28.

Nos bastidores dos hospitais, Engenharia Clínica contribui com qualidade dos equipamentos

19 de dezembro de 2019, às 12h37 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

Manter o bom funcionamento de um hospital, com equipamentos vitais operando corretamente para a segurança de pacientes e funcionários, também é tarefa para engenheiros. A Engenharia Clínica, como é chamada a atuação das modalidades nos bastidores dos hospitais, é responsável pela realização de inventários das máquinas, análise de propostas de peças técnicas, solicitações de compras de materiais ou acessórios médico-hospitalares, calibragem de aparelhos e outros serviços.

“São equipamentos que não podem falhar. Então, os engenheiros, principalmente eletricistas e mecânicos, trabalham na manutenção preventiva, que evita problemas nesses aparelhos, considerados fundamentais para colaboradores e pessoas internadas em um hospital”, destaca o Engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho, Alcides Pascoal Junior, presidente da Associação dos Engenheiros do Vale do Ivaí (Asseavi).

Além de contribuir com a qualidade dos equipamentos, a Engenharia Clínica também apresenta ferramentas que podem reduzir os custos de operação do empreendimento, e consequentemente, o hospital tem a possibilidade de fazer novos investimentos na área da saúde. Os engenheiros são responsáveis pelo agendamento das manutenções preventivas e corretivas e acompanham a realização dos serviços executadas pelas terceirizadas. O processo de monitoramento também identifica a necessidade de dar baixa ao equipamento com relatórios de obsolescência.

“Existe um profissional responsável pelo gerenciamento, que monitora se aquele sistema está se deteriorando e a necessidade de manutenção preventiva, antes de um problema mais grave com um custo maior. No final desta cadeia, a presença do engenheiro significa economia nos gastos de um hospital aliada à segurança e qualidade de atendimento”, avalia Júnior.

A Engenharia de Segurança do Trabalho também atua no monitoramento da estrutura física dos hospitais. Tubulações de cobre do sistema de gases passam por testes periódicos para se evitar fissuras, assim como os hidrantes são vistoriados regularmente. “A Engenharia trabalha nesta área em conjunto com os bombeiros que fazem suas respectivas exigências. Dentro dos hospitais, os engenheiros também participam da elaboração e aplicação dos treinamentos operacionais”, completa.

Para o presidente do Honpar, Umberto Tolari, as visitas do Crea-PR colaboram com a direção na busca por mais segurança e qualidade no ambiente hospitalar. — Foto: Rafael Fantin

Construção e fiscalização

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) fiscaliza desde a construção dos hospitais até o funcionamento dos estabelecimentos de saúde. O Engenheiro Eletricista Murilo Rodriguez Granado, facilitador de fiscalização da Regional Apucarana, explica que na fase de construção o Crea-PR verifica se existe a presença de responsáveis técnicos, habilitados pelo Conselho, e a elaboração de projetos, como prevenção de incêndios, controle de pânicos para evacuação do local e o planejamento para instalação de geradores de energia, de suma importância no empreendimento hospitalar por causa da necessidade dos aparelhos vitais se manterem ligados sem interrupção.

“O Crea-PR também fiscaliza a construção de centros radiológicos e outras áreas que precisam de uma estrutura diferenciada para isolamento do local. Isso é importante para evitar que funcionários e pacientes sejam impactados em salas ao lado”, acrescenta.

No último mês de outubro, o Crea-PR realizou uma ação para verificar o andamento da etapa final de construção do Hospital Regional de Ivaiporã, no Vale do Ivaí. Uma nova fiscalização vai ocorrer antes da conclusão da obra, prevista para fevereiro de 2020. A unidade hospitalar terá 126 leitos, oito deles reservados para Unidade de Terapia Intensiva, além de três centros cirúrgicos, enfermarias e consultórios médicos. O perfil assistencial do hospital será voltado para urgência e emergência, psiquiatria, clínica geral e cirurgias eletivas.

Com as portas abertas para atendimento da população, o foco da fiscalização muda. Granado ressalta que a maioria dos equipamentos presentes nos hospitais são elétricos ou mecânicos, entre eles, sopradores, linhas de oxigênio e ar comprimido, autoclaves para esterilização, geradores, transformadores e para-raios. “Além da manutenção contínua da energia elétrica, também existe uma preocupação com a qualidade do ar no ambiente controlado. Por isso, os aparelhos de ar-condicionado também são vistoriados.”

No primeiro semestre deste ano, os fiscais do Crea visitaram o Hospital Norte Paranaense (Honpar) em Arapongas, mais conhecido como João de Freitas, o maior da Regional Apucarana, com mais de 700 colaboradores. O principal objetivo foi verificar o funcionamento dos equipamentos do hospital, que tem um corpo de clínico de cerca de 150 médicos e estrutura de mais de 220 leitos, sendo aproximadamente 45 de UTIs.

Para o presidente do Honpar, Umberto Tolari, as visitas do Crea-PR colaboram com a direção na busca por mais segurança e qualidade no ambiente hospitalar. “Ao evidenciar os pontos de maior risco e apontar as melhores soluções dentro das normas e legislação vigente, o Conselho orienta os hospitais a aprimorar os serviços de alta qualidade e segurança à população”, declarou.

Em Apucarana, o Hospital da Providência – principal referência na cidade – está ampliando a estrutura física. Assim, os fiscais do Crea-PR acompanham as obras e também a manutenção preventiva na área em funcionamento.

O facilitador da fiscalização do Crea-PR também destaca o caráter orientativo das visitas dos hospitais. “Na maioria dos casos, a recepção dos hospitais é bem positiva. O Crea-PR faz a fiscalização, principalmente orientativa, mas, se detectado algum tipo de irregularidade que afeta o sistema, pode ocorrer punição administrativa. No entanto, primeiro vem a orientação para garantir a manutenção preventiva com a participação de um profissional habilitado, com o objetivo de proteger a sociedade”, explica.

Foto de Capa: Divulgação/SESA


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