Engenheiros de Segurança do Trabalho vão a campo no combate ao Coronavírus
Responsáveis pela análise de riscos no ambiente de trabalho, a atuação destes profissionais é indispensável nos ambientes hospitalares durante a pandemia3 de abril de 2020, às 15h41 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Toda atividade dentro de uma clínica ou hospital envolve riscos ao trabalho e à comunidade, porém em tempos de pandemia, há de se reconhecer o aumento de possibilidades. Os profissionais de saúde estão na linha de frente no combate à Covid-19. “Esses profissionais desempenham atividades essenciais e precisam de uma atenção especial. Nos hospitais onde há atendimento aos pacientes com suspeita ou infectados por Coronavírus, há necessidade de um Engenheiro de Segurança do Trabalho atuante para buscar medidas com o objetivo de conter e reduzir a contaminação em massa, junto com outros profissionais da Medicina do Trabalho”, detalha o presidente da Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho (Apes), Roberto Serta.
A Engenharia de Segurança do Trabalho é uma das modalidades mais atuantes no atual cenário de pandemia da Covid-19. De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), existem pelo menos 40 mil Engenheiros de Segurança do Trabalho registrados no Brasil. No Paraná, são 6.907 profissionais aptos, de acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR).
O papel do Engenheiro de Segurança do Trabalho é minimizar riscos ao trabalhador e a à comunidade. Cabe a ele antecipá-los, reconhecê-los, avaliá-los e controlá-los, como explica Serta. “O profissional vai avaliar os riscos potenciais apresentados naquele ambiente de trabalho e propor medidas preventivas a fim de reduzir os riscos nas atividades diárias. Ele faz a identificação dos agentes físicos, químicos e biológicos que podem causar danos à saúde das pessoas. A partir de então, avalia e elabora um plano de contingência”.
Uma das leis que norteiam a atuação do Engenheiro de Segurança do Trabalho é a NR-15, que determina as atividades, operações e agentes insalubres bem como seus limites de tolerância. A lei define ainda situações vivenciadas no ambiente de trabalho, a caracterização do exercício insalubre e os meios de proteção. “Os profissionais de saúde estão expostos a riscos biológicos. Isso inclui tanto os que atuam na linha de frente, com contato direto com os pacientes como médicos, enfermeiros e auxiliares até outros profissionais que estão dentro do ambiente hospitalar mas desempenham funções que também apresentam riscos como recepcionistas, técnicos de laboratório e faxineiros”, acrescenta Serta.
Já a NR-32 tratada segurança e saúde no trabalho especificamente nos serviços de saúde. A normativa apresenta os riscos químicos e biológicos em diversas situações como no descarte de resíduos, nas condições de conforto na ocasião das refeições, das lavanderias, manutenção de equipamentos e máquinas, entre outros. “De posse de todas essas normativas, o Engenheiro de Segurança do Trabalho vai elaborar um plano detalhado de contingência para minimizar os riscos dos trabalhadores. Isso inclui a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como máscaras, aventais ou jalecos, macacões, toucas, óculos e práticas que devem ser rigorosamente seguidas nos diversos processos”, afirma.
O presidente da Apes cita, ainda, a NR-4, que especifica a obrigatoriedade de serviços especializados de Engenharia de Segurança do Trabalho e de Medicina do Trabalho de acordo com o porte de empresas privadas e públicas. “A lei determina um número específico de profissionais especializados em segurança do trabalho, dependendo dos riscos da empresa, do porte e do número de funcionários”. Em caso de dúvidas, a orientação é procurar um Engenheiro de Segurança do Trabalho capacitado e devidamente registrado no Crea-PR. “Tivemos um caso recente de uma empresa que nos consultou para avaliar um plano de contingência. Ela contratou um Engenheiro de Segurança do Trabalho para ajudar nessa frente e isso mostra o quão importante é contar com esse profissional, especialmente no contexto da pandemia da Covid-19”, finaliza.
Geovana Diesel
Assessora de Imprensa do Crea-PR / Regional Cascavel
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