Engenheiros Têxteis de Goioerê orientam fabricação de EPIs
Profissionais voluntários acompanham se produção de máscaras e aventais para a área da Saúde está dentro das Normas Técnicas da Anvisa27 de abril de 2020, às 19h16 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
O combate à pandemia da Covid-19 no Brasil tem mobilizado diversos profissionais das engenharias e no Paraná a situação não é diferente. O que impressiona é quando encontramos boas iniciativas em cidades pequenas como Goioerê, município do noroeste do Paraná com 28,8 mil habitantes segundo a última estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Lá, engenheiros que atuam no curso de Engenharia Têxtil da Universidade Estadual de Maringá (UEM) fazem a gestão de qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) fabricados para a Saúde, como máscaras e aventais. O objetivo é não colocar em risco os profissionais que atuam em hospitais com materiais não eficientes.
A missão dos profissionais de Engenharia Têxtil tem sido garantir as Normas Técnicas de produção, assim como a aplicação das orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o diretor do Campus Regional da UEM em Goioerê, Engenheiro Têxtil Gilson dos Santos Croscato, a supervisão da produção é necessária para proteger quem irá utilizar os EPIs. “Aliar o conhecimento que a Engenharia nos proporcionou e fazer chegar aos mais necessitados por meio dessas máscaras e aventais, nos dá força para encararmos esse momento tão difícil”, ressalta.
Embora a produção inicial tenha sido para a área da Saúde, agora também atende as famílias carentes do município, com máscaras mais simples. Já foram mil peças produzidas e distribuídas. A produção foi realizada no Laboratório de Confecção da universidade. No início, houve falta de Tecido Não Tecido (TNT) e de mão de obra para confecção. Os problemas foram resolvidos com a parceria de indústrias têxteis, voluntários, docentes e acadêmicos da UEM. Os tecidos vieram de doação e os materiais que faltaram (elásticos e embalagens) foram adquiridos pelos professores.
“Para produzir as máscaras, tivemos o envolvimento de docentes e costureiras da comunidade que nos ajudaram na ação. A meta é chegar às 1.500 peças”, afirma Croscato. Ele também diz que a venda das máscaras rendeu alimentos para a população carente do município. “O Rotary Club também ajudou, converteu 200 máscaras em quase 500 quilos de alimentos não perecíveis”, explica.
Para Croscato, a Engenharia Têxtil tem um papel fundamental na sociedade. No curso, os acadêmicos aprendem a ter a visão de gestores, melhoria de processos e a desenvolver produtos que venham a contribuir com a população. “A Engenharia Têxtil sempre esteve próxima da área da saúde com desenvolvimento de fibras e tecidos técnicos, mas nunca imaginamos uma situação como essa, em que o uso de máscaras faciais é recomendado como um aliado na contenção da pandemia e pode salvar vidas” diz.
A fabricação de EPIs em Goioerê integra as ações do Comitê de Avaliação e Suporte para o combate da Covid-19 do Câmpus Sede da UEM. No grupo, os Engenheiros Têxteis de Maringá e da região dão suporte técnico ao setor de Saúde. Em Maringá as produções são destinadas ao Hospital Regional Universitário de Maringá (HU).
Carina Bernardino
Assessora de Imprensa do Crea-PR / Regional Maringá
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