Crea-PR alerta para os cuidados de prevenção à Covid-19 nos canteiros de obras
Setor da construção civil reitera necessidade de equipamentos e condutas fundamentais para continuar funcionando adequadamente em meio à pandemia15 de maio de 2020, às 8h00 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
A construção civil foi incluída na última semana na lista dos serviços públicos e atividades essenciais durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. O funcionamento do setor deve obedecer às determinações do Ministério da Saúde, conforme o decreto federal Nº 10.342 assinado pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (7).
De acordo com o decreto, “são serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”.
“Entendemos que a construção civil é uma atividade essencial, uma vez que a sociedade depende dela no seu dia a dia, como por exemplo as edificações, ruas e estradas pavimentadas, pontes, viadutos, redes de água e de esgoto, drenagem, barragens, portos, aeroportos, entre outros”, detalha o Engenheiro Civil Hélio Sabino Deitos, coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).
A importância do setor é primordial em diversos aspectos. “Imagine uma obra de pavimentação paralisada. Com a ocorrência de chuvas, você pode perder todo o trabalho. O mesmo acontece com um edifício ou outro tipo de obra paralisada. Além da depredação, pode haver corrosão da ferragem e outros problemas estruturais causados pela falta de continuidade dos serviços. E na atual situação, a construção de hospitais de campanha, reforma e ampliação de hospitais reforçam mais esta questão”, frisa o coordenador.
Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), o setor movimentou R$ 230 bilhões em 2019, e representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, que foi de R$ 7,3 trilhões.
No Paraná, o setor da construção civil já havia sido considerado serviço e atividade essencial, que não pode ser interrompido, no decreto 4.317/2020 de 21 de março deste ano. Por esse motivo, os trabalhos seguiram o andamento de seus cronogramas.
“Creio que poucas obras foram paralisadas no Paraná. As do Governo do Estado, onde trabalho, estão com os andamentos normais, principalmente da Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas”, comenta o coordenador.
Proteção redobrada
O Crea-PR, por meio da Câmara Especializada de Engenharia Civil, faz um alerta aos profissionais da Engenharia Civil para que, além de se proteger, redobrem os cuidados com os locais de trabalho, exigindo dos demais trabalhadores a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados pelas normas, e reforcem a importância do uso de máscaras.
Entre as demais medidas de proteção, o coordenador da Câmara Especializada do Crea-PR cita: “é importante disponibilizar água e sabão para lavar as mãos e equipamentos dos trabalhadores, bem como distribuir álcool em gel 70% em vários locais da obra, além de evitar aglomerações, principalmente nos intervalos para refeições, procurando intercalar turnos de trabalho. Também é essencial fixar cartazes nas obras com informações sobre os cuidados e prevenção com relação à Covid-19, tanto no trabalho como no deslocamento e volta para as suas casas”, reitera o Engenheiro Civil.
O gerente do Crea-PR Regional Apucarana, Engenheiro Civil Jeferson Antonio Ubiali, lembra de mais uma das responsabilidades dos Engenheiros neste momento. “O Engenheiro Civil é o responsável técnico pela obra. É ele que deve garantir a aplicação de todo o regramento legal, bem como a utilização de todos os protocolos de segurança e saúde”, pontua.
Em Apucarana, o setor não parou. O decreto Nº 115/2020, que declara a situação de emergência no município, de 20 de março, já informava que fica limitada a 25 pessoas o número de trabalhadores por turno nas obras de construção civil privadas. Logo após o anúncio do decreto federal, o prefeito Sebastião Ferreira Martins Júnior, mais conhecido como Júnior da Femac, fez um pedido direcionado aos Engenheiros Civis para reforçar a necessidade dos cuidados básicos em tempos de pandemia da Covid-19.
“Engenheiro, Engenheira. Você é o profissional habilitado dentro da obra. Você é quem dirige a obra. Por favor, me ajude. Não deixe ninguém ficar sem máscara. A cidade de Apucarana não ficou um dia com as obras de construção civil fechadas como ficaram tantas cidades, tantos Estados. Então, Apucarana precisa de você, Engenheiro, Engenheira. Preciso de você para cuidar da saúde dos trabalhadores da construção civil. É com você. Sem você, não vamos conseguir. Para muita gente, como não consegue ver o vírus, dá impressão que não pega. Pega sim!”, ressalta o prefeito.
Larissa Ayumi Sato
Assessora de Imprensa do Crea-PR / Regional Apucarana
Comentários
Nenhum comentário.