Engenheiros se unem em Maringá para viabilizar utilização de 108 leitos no HUM
Construção da nova ala do hospital teve início em 2016, mas estava parada por falta de recursos. Agora, os novos leitos já estão ocupados por pacientes de Covid-194 de junho de 2020, às 16h08 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Não dá para mensurar como a engenharia tem sido importante no combate à pandemia, mas algumas ações pontuais merecem destaque no estado. Estamos falando do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), que teve uma ala ativada após um mutirão de profissionais, sendo boa parte deles engenheiros. A obra iniciada em 2016 para construção de 108 leitos estava parada por falta de recursos. Com a propagação do novo Coronavírus, autoridades viram a necessidade de implantar novas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no local e, em pouco mais de um mês, foi concluída a parte de infraestrutura que faltava para viabilizar a utilização dos espaços. Após a contratação de profissionais da Saúde, 10 leitos de UTI foram ativados e já recebem pacientes suspeitos ou com confirmação de Covid-19.
As internações imediatas só foram possíveis a partir da união de profissionais de várias áreas, como Médicos, Enfermeiros, Encanadores e Técnicos. Da engenharia, a participação foi de mais de cinco Engenheiros Civis, Eletricistas e Mecânicos, que cuidaram da infraestrutura dos leitos. Parte dos monitores, ventiladores e respiradores foi repassada pelos Governos Estadual e Federal.
Os engenheiros envolvidos são do Hospital Universitário e da prefeitura do Campus Universitário (PCU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). No projeto, o grupo deixou os trabalhos de rotina para se dedicar ao HUM, porque se os serviços tivessem sido licitados os espaços não teriam sido concluídos tão rápido. O Engenheiro Civil Rodrigo Mazia Enami, assessor especial para planejamento da PCU/UEM, diz que entre as demandas, as mais preocupantes eram a construção de uma caixa d’água elevada; a ligação dos gases medicinais que alimentam o prédio e a infraestrutura de lógica, que é o sistema de cabos e dispositivos que permite o funcionamento de telecomunicações em um prédio – que não estava funcionando adequadamente.
“A caixa d’água elevada foi projetada em estrutura metálica e isso estava nos preocupando, pois, o tempo de confecção e instalação era longo, inclusive pelos prazos requeridos para a licitação. Então, a solução adotada foi a instalação de 13 reservatórios de polietileno na cobertura do edifício”, lembra. Em relação aos gases medicinais, uma equipe de técnicos do HUM se prontificou em fazer as instalações e solucionou o problema sem a necessidade de contratação de empresa terceirizada. Já a rede de lógica foi reparada pela empresa que executou inicialmente os serviços.
Para Enami, em situações extremas como a da pandemia, a rapidez nas decisões pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. “O compartilhamento de ideias e a opinião de diversos profissionais de Engenharia leva a tomadas de decisões mais concisas e precisas”, destaca.
Segundo a Engenheira Civil Doralice Aparecida Favaro Soares, que também contribuiu com a finalização das obras dos novos leitos do HUM, além da instalação dos 13 reservatórios, foram instalados mais dois para abastecer quatro equipamentos de hemodiálise, em duas enfermarias da UTI do mesmo edifício, com capacidade de atender, ao mesmo tempo, quatro pacientes de Covid-19 que necessitem de hemodiálise durante o tratamento.
“As instalações contemplam o sistema de água e a coleta de esgotos e foram feitas de forma a abastecer exclusivamente estes equipamentos e permitir que, caso haja a necessidade de limpeza ou manutenção de um dos reservatórios, o outro consiga manter os quatro equipamentos de hemodiálise”, explica. Também foram feitas correções na rede elétrica.
Antes da ativação dos 10 novos leitos de UTI do HUM, o hospital contava com 123 leitos em atividade para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) da 15ª Regional de Saúde e Macrorregião Noroeste, que compreendem 115 municípios e totaliza cerca de 2 milhões de habitantes.
Sobre a ativação dos novos leitos, a Engenheira Civil ressalta que o mais importante foi o trabalho em grupo, a disponibilidade de ajudar para que a tarefa fosse finalizada. “Durante os serviços, observamos profissionais de diferentes níveis e categorias trabalhando juntos para um único objetivo, que era colocar a nova ala do hospital em funcionamento a fim de atender possíveis pacientes, e isto foi gratificante”.
Carina Bernardino
Assessora de Imprensa do Crea-PR / Regional Maringá
Parabéns a todos que se empenharam para que esse projeto fosse adiante e auxiliasse pessoas nesse momento delicado pelo qual estamos passando.