UTFPR Guarapuava desenvolve balão hermético de ventilação não invasiva para combate à Covid-19
O equipamento também pode ser utilizado no tratamento de outras doenças respiratórias agudas e infectocontagiosas12 de junho de 2020, às 16h28 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Servidores dos cursos de Engenharia Mecânica e Tecnologia em Manutenção Industrial, pesquisadores das áreas de Materiais e Processos de Fabricação, do campus Guarapuava da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), desenvolveram um modelo de balão hermético de ventilação não invasiva para respiração artificial, com o objetivo de auxiliar no combate à Covid-19.
“Um paciente que pode melhorar com a ventilação não invasiva deixa de utilizar equipamentos de intubação endotraqueal, que podem passar a ser empregados para salvar outras vidas, pois os recursos são limitados. Diferente da máscara facial, este balão evita vazamentos e consequentemente aerossol de vírus, protegendo a equipe médica de doenças infectocontagiosas, passíveis de transmitirem agentes biológicos de um indivíduo para outro, como a Covid-19”, explica a diretora de Pesquisa e Pós-Graduação da UTFPR Guarapuava, Viviane Teleginski Mazur.
Devido à pandemia, atualmente o projeto conta com a atuação apenas dos docentes, mas, logo que possível, os alunos também serão inseridos, como uma forma de aliar metodologias ativas de aprendizagem à formação.
Para o gerente da regional Guarapuava do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Engenheiro Eletricista Thyago Giroldo Nalim, iniciativas como esta, desenvolvidas e implementadas pelas instituições de ensino, trazem uma grande contribuição à formação dos acadêmicos.
“Possibilita ao estudante de Engenharia aplicar a teoria da sala de aula na prática, vivenciando um cenário real de mercado, que desperta para a necessidade de um adequado planejamento e desenvolvimento de produtos. O mercado exige parametrizações e condições adequadas, a fim de garantir a eficiência e aplicabilidade, além da segurança dos usuários, tanto dos que irão operar os equipamentos, como aqueles que dependerão do mesmo para alguma atividade, seja na área da saúde, ou em qualquer outra área”, avalia o gerente.
Neste período, os alunos têm ajudado de forma remota em outros projetos. É possível acompanhar no site acao.utfpr.edu.br, usando o filtro do campus Guarapuava.
Encaminhamento
A universidade solicitou a patente do equipamento – e de trâmite prioritário – no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Enquanto isso, alguns testes de validação do balão hermético já estão sendo realizados no Hospital São Vicente de Paulo, em Guarapuava. Ainda, os pesquisadores estão buscando, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a liberação do protótipo para ser produzido industrialmente e distribuído.
“Buscando uma segunda possibilidade, a UTFPR está atuando junto ao Ministério Público do Trabalho para aquisição do maquinário necessário para a fabricação dentro da própria universidade. Vários médicos e grupos de pesquisa, dentro e fora do Brasil, têm procurado nossa equipe visando formar parcerias para realizar mais testes e adaptações do balão. Assim, ele poderá ser utilizado com respiradores de baixo custo”, conta Mazur.
Naiara Persegona
Assessora de Imprensa do Crea-PR / Regional Guarapuava
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