Pesquisa nacional aponta aumento na atuação das Engenharias em 2020
Engenheiros e Geocientistas paranaenses ocupam o 3º lugar no ranking dos que mais trabalharam no primeiro semestre, diz Sistema Confea/Crea. Comparativo é com 20195 de agosto de 2020, às 12h00 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
Durante a quarentena, diversos profissionais se viram obrigados a ficar em casa por conta das regras estabelecidas pelas autoridades sanitárias. Mas, assim como os médicos e outros profissionais de saúde, que prestam serviços essenciais, Engenheiros Civis, Agrônomos, Eletricistas e profissionais das Geociências não pararam, reafirmando a essencialidade também destas profissões. Conforme pesquisa do Sistema Confea/Crea, os profissionais do Paraná de Engenharia e Geociências ocupam o 3º lugar no ranking nacional dos que mais trabalharam durante o primeiro semestre de 2020, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais. O comparativo é com o mesmo período de 2019.
O superintendente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Engenheiro Agrônomo Celso Roberto Ritter, comentou sobre o crescimento da atuação destes profissionais, mesmo diante do cenário de pandemia e consequentes crises econômica e política. “Pela nossa análise, as regras de isolamento social e paralisação das atividades não essenciais atingiram a construção civil em menor proporção. Acredito que a Engenharia Elétrica também foi puxada pela construção civil, já que os serviços estão correlacionados. Também há de se ressaltar, que a maioria dos decretos municipais não travou o setor na cadeia produtiva”, disse.
A análise a qual o superintende da autarquia pública se refere é relacionada ao aumento no número das atividades profissionais registradas no Conselho, por meio das Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), entre 1º de janeiro e 30 de junho de deste ano. Neste período, foram mais de 200 mil, resultando em 3.801 ARTs a mais que no ano passado, um crescimento de quase 2%. As áreas que mais cresceram no Estado foram Engenharia Civil, Elétrica e Geologia.
A Engenharia Elétrica obteve aumento de 16% em relação ao ano anterior, com 28.574 ARTs emitidas. Outra área de grande destaque foi a Civil, com 86.052 contratos assinados no ano passado e 93.020 neste ano: crescimento de pouco mais de 8%. Em Geologia, foram 4.728 ARTs neste ano; 3.840 em 2019. Em contrapartida, algumas áreas tiveram suas atividades reduzidas. Na Agronomia, a queda foi de 37.343 ARTs neste ano contra 40.064 em 2019. A Engenharia Mecânica também registrou redução: foram 27.096 anotações emitidas no ano passado e 23.764 neste primeiro semestre.
“Acredito que na Agronomia a diferença se deu devido à diferença de safra. Há anos em que as atividades são mais intensas, as quais têm relação com o ciclo da cultura, maior ou menor intensidade de assistência técnica e ocorrência de pragas. Já a Engenharia Mecânica deve ter sido afetada pela redução de atividades comerciais relacionadas à manutenção de máquinas como aparelhos de ar-condicionado e elevadores, por exemplo. A queda pode ser um reflexo do desaquecimento das atividades industriais em função da quarentena”, acrescentou Ritter.
A Engenharia de Segurança do Trabalho também seguiu o mesmo movimento. Nos primeiros seis meses deste ano registrou 8.335 ARTs contra 10.166 no ano passado. O levantamento feito pelo Crea-PR também mostra como os atendimentos mudaram devido à quarentena. Foram 34.171 e-mails recebidos e atendidos, quase 30% a mais que no ano passado. Já o número de atendimentos telefônicos caiu. Foram 69.119 em 2020 e 73.839 no ano passado. O movimento de preferência para o atendimento virtual ocorreu devido ao home office adotado pelo Conselho em relação aos seus colaboradores, bem como a concentração do atendimento on-line durante o isolamento social.
Obras em Maringá não pararam
No começo da pandemia, a construção civil teve as atividades paralisadas por decreto municipal em Maringá. Mas logo depois, o setor foi incluído pelo poder público na lista dos serviços e atividades essenciais durante o combate ao novo coronavírus. Porém, para poder trabalhar, o setor precisou reforçar os cuidados de prevenção ao Covid-19 nos canteiros de obras. As mudanças ocorreram desde o uso dos equipamentos até a conduta dos trabalhadores no distanciamento e na higienização pessoal e coletiva.
“Apresentamos estudos mostrando que os trabalhadores utilizam pouco o transporte público; propomos escalas diferenciadas para a retomada das obras; escalonamentos nos horários de refeições; fora todas as ações padrão, como o uso do álcool em gel e reforço sobre o distanciamento”, explica o Engenheiro Civil João Aguiar, diretor executivo do Sinduscon/PR-Noroeste.
O Engenheiro Civil Hélio Sabino Deitos, coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-PR, ressalta que o setor é primordial em diversos aspectos. “Imagine uma obra de pavimentação paralisada. Com a ocorrência de chuvas, você pode perder todo o trabalho. O mesmo acontece com um edifício ou outro tipo de obra parada. Além da depredação, pode haver corrosão da ferragem e outros problemas estruturais causados pela falta de continuidade dos serviços”, diz o coordenador.
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