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Acesso em 21/12/2024 às 23h52.

A prevenção de desastres e acidentes e a educação

Artigo de Suzely Soares, conselheira do Crea-PR pela AEAC e Engenheira Civil e de Segurança do Trabalho.

14 de agosto de 2020, às 8h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Todos os anos no Brasil – e no mundo – acontecem desastres, naturais ou causados pelo homem, que podem ser prevenidos. Recentemente, as cidades de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, ficaram mundialmente conhecidas por conta do rompimento de barragens da Vale. Infelizmente essa lista de exemplos é enorme, pois temos todos os anos estações chuvosas onde encostas deslizam e atingem construções irregulares ou não. Tornados, maremotos e demais fenômenos da natureza são mais difíceis de prevenir, entretanto a ação humana é possível.

As queimadas florestais, comuns em períodos secos, como o que vivemos, são um bom exemplo de desatenção humana, assim como os incêndios que destroem em poucas horas grandes obras, monumentos, empresas e indústrias. Também há inúmeras notícias de incêndios em residências e comunidades inteiras, quase sempre de origem mais simples, porém não há nenhuma estatística nacional sobre esses números.

Por causa dessa falta de estudos mais elaborados sobre os incêndios residenciais, acabamos também por não conseguir listar cientificamente as principais causas dessas tragédias. Mas sabemos que há fatores que quase sempre estão relacionados a esses acidentes, como problemas com a instalação elétrica, vazamento de líquidos ou gases inflamáveis, chama exposta, atrito, combustão espontânea e convergência luminosa. Todas essas situações têm algo em comum: podem ser prevenidas! Tanto os acidentes de causa natural quanto os de causas artificiais.

No Brasil, a legislação contra incêndios é de 1975 e foi desenvolvida em resposta a grandes tragédias. Já a Engenharia de Prevenção contra incêndios é extremamente recente e vem a somar com o todo o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros, que existe no Brasil desde 1856.

Antes de a Engenharia de Prevenção contra incêndios ser criada, havia a Engenharia de Segurança, que data de 1972. E antes, e além delas, praticamente todas as modalidades da Engenharia podem atuar no setor de segurança, desde que dentro de suas respectivas áreas como a Civil, Mecânica, Elétrica, Química entre outras.

Temos que valorizar a cultura da prevenção. Precisamos mudar o pensamento de que prevenir custa caro, porque vidas não têm preço. E para mudar este pensamento, temos que partir para a educação das crianças e criar realmente desde a primeira infância a cultura de que a prevenção salva bens materiais, mas principalmente vidas.

Em Cascavel, será inaugurado nesta semana o Centro de Treinamentos de Prevenção a Desastres, do Corpo de Bombeiros. Esperamos que esse valoroso trabalho proporcione parcerias para o treinamento de bombeiros, dos profissionais das Engenharias, profissionais da educação e das mais diversas áreas, para que possamos ver em breve nossas crianças prontas para um futuro mais seguro e, assim, cumprirmos integralmente o juramento profissional da Engenharia, difundindo esse pensamento:

“Prometo que, no cumprimento do meu dever de Engenheiro, não me deixarei cegar pelo brilho excessivo da tecnologia, jamais me esquecendo de que trabalho para o bem do homem e não da máquina; respeitarei a natureza, evitando projetar ou construir equipamentos que destruam ou poluam o equilíbrio ecológico; colocarei todo o meu conhecimento científico a serviço do conforto e desenvolvimento da humanidade. Assim sendo estarei em paz comigo e com Deus”.

Eu prometo!


Comentários

  1. Gerson Boldrini says:

    Parabéns Engenheira Suzely, a preocupação com a prevenção nas atividades de engenharia deve ser uma constante em nosso dia a dia , e é bom saber que profissionais como você estão levantando esta bandeira.
    Estamos juntos!

  2. Parabéns Suzely,

    Muito bem colocado o tema de “prevenção”, pois deve estar presente em todas as modalidades de engenharia e apoiados pelos engenheiros de segurança do trabalho!

    Um abraço,
    Roberto Serta
    APES-Presidente

  3. Trajano Gracia Neto says:

    Parabéns! Engenheira pela contribuição. Prevenção, treinamento e recursos evitam ou mitigam desastres.

  4. Letycia Mendonça de Godoi says:

    Amei o artigo Engª Suzely meus parabéns!

  5. Mário César Costenaro says:

    Temos que avançar… na elaboração de normas e legislação, no desenvolvimento de nossos projetos e nossas obras, e na valorização dos profissionais de engenharia e arquitetura. A Susely, com seu conhecimento e experiência, tem legitimidade para tratar de um tema tão importante.

  6. Parabéns pela matéria muito bem situada, e sucesso à Engenheira Suzely por sempre representar a classe com mestria.

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