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Acesso em 22/12/2024 às 08h02.

Agronomia: uma vida que bate (e toca) o coração

12 de outubro de 2020, às 0h01 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

Foto: Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná.

Para celebrar o Dia do Agrônomo homenageando os profissionais, o Crea-PR compartilha dois artigos, um do Eng. Agr. Luis Cassol, Prêmio Destaque Profissional (Educador Destaque/2016), e outro do Eng. Agr. Clodomir Ascari, Presidente da Federação Nacional dos Engenheiros Agrônomos do Paraná.

 

Feliz Dia do Agrônomo!

 

“Nós somos muitos
Não somos fracos
Somos sozinhos nessa multidão
Nós somos só um coração
Sangrando pelo sonho
De viver” (Lulu Santos, Tudo Azul)

Somos muitos Engenheiros Agrônomos espraiados pelos rincões do mundo, atuando nas mais diferentes especialidades que compõe uma das profissões mais nobres e ecléticas que se tem notícias. Somente no estado do Paraná, são mais de 15 mil profissionais com registro no Conselho de Classe, cuja profissão foi regulamentada através do Decreto n° 23.196, de 12 de outubro de 1933, razão pela qual nesta data é comemorado o Dia do Engenheiro Agrônomo. O fato de sermos muitos nos fortalece, mas também aumenta o nosso compromisso em exercer a Agronomia enquanto ciência, respeitando os limites da natureza e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Não somos fracos, alguns nos confundem com brucutus e entendem que a Agronomia é feita apenas com a força bruta, por se tratar de uma profissão que tem na luz do sol, através do processo fotossintético das plantas, que dá vida ao Planeta, o seu principal álibi. Somos diversificados e dispensamos os rótulos, sejam eles quais forem, temos nas nossas fileiras a força para desesperar jamais, para sacudir a poeira e dar a volta por cima, para lutar o bom combate, para cuidarmos do solo, da água e da produção … enfim, para cuidarmos da vida. Originalmente dominada por homens, há tempos a Agronomia tem na força das mulheres a sua mola propulsora, exercendo a profissão com competência e sabedoria, alavancando o desenvolvimento regional e trazendo ainda mais brilho a esta categoria.

(Não) somos sozinhos nessa multidão e sabemos respeitar as demais profissões, todas importantes para o desenvolvimento humano, cada qual contribuindo dentro de suas especificidades. Temos apenas a pretensão – e tão somente isso – de acreditarmos que parte de nosso desenvolvimento econômico se deve a contribuição que exercemos na produção de grãos, carnes (boi, frango e suínos), etanol, frutas, verduras e outras tantas espécies que fazem desse país tropical uma verdadeira potência, cujos produtos são consumidos em boa parte do Planeta e que ainda haverá de ser respeitado como merece.

Nós somos só um coração que sangra em saber que, segundo dados da FAO, cerca de 1/3 da daquilo que produzimos ainda vá parar no lixo, seja por falta de uma educação alimentícia ou por problemas na essência da produção, como perdas na colheita, no transporte ou na armazenagem de nossas safras. Isso significa cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que não são aproveitados, por mais paradoxal que isso possa parecer ao ser verificar o aumento da pobreza e desnutrição no Brasil e no mundo. Isso dói e machuca o coração!

Nós somos só um coração que sangra em saber que o PIB do Agronegócio brasileiro, em plena pandemia, cresceu 5,26% de janeiro a junho de 2020, atingindo R$ 85 bilhões, no entanto generalizações de parte da sociedade (e da mídia) arranham a sua imagem. Nós somos só um coração que sangra quando a agricultura familiar, a grande responsável pela geração de empregos e produção de alimentos tradicionais, além de uma grande variedade de produtos, não é reconhecida e tratada com o respeito que merece.

Nós somos só um coração unidos pelo desejo em construir uma sociedade que alcance o tão sonhado desenvolvimento sustentável, com equilíbrio social, econômico e ambiental. Nosso grande desafio, nada fácil, é produzir alimentos em quantidade suficiente para alimentar 7,8 bilhões de seres humanos e com segurança alimentar, sem resíduos que possam comprometer a qualidade de vida da população, explorando a biodiversidade de forma racional, aproveitando a biomassa como fonte de energia, preservando o solo, a água e o ar, fontes de vida, pilares da Agronomia.

Nós cultivamos o sonho de viver, temos um compromisso com a vida, nosso conhecimento científico deve-se reverter em benefício da humanidade, nosso exercício profissional é pautado pela ética e as boas práticas. A Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAPr), entidade que congrega 20 Associações, reconhece a importância da categoria para a vida humana e cumprimenta cada colega pela passagem do Dia do Engenheiro Agrônomo. Um brinde a vida!

Clodomir Luiz Ascari

Engenheiro Agrônomo, Presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, Entidade reconhecida pelo Crea-PR com Honra ao Mérito em 2017.


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