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Acesso em 10/08/2024 às 14h18.

Crea-PR conversa com exclusividade com palestrante do tema Metaverso na SOEA

11 de agosto de 2023, às 17h10 - Tempo de leitura aproximado: 6 minutos

Durante a edição da 78ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (SOEA), o Crea-PR conversou com Luiz Felipe Coutinho, também conhecido como “Felipe Fox”, sobre tecnologia, engenharia e Metaverso. Com mais de 10 anos de experiência no mundo corporativo, Luiz Felipe Coutinho é professor, palestrante, pesquisador e autor de Comunicação, Marketing Digital e Tecnologias. Ele afirma que sua missão é ajudar as pessoas a alcançarem o máximo de resultados de qualidade, por meio do uso e aplicação dos conceitos e técnicas de marketing, unidos com as novas tecnologias e plataformas, fornecendo ferramentas práticas e inspiração para superar desafios e alcançar objetivos.

 

Crea-PR: Como você vê a evolução do Metaverso no contexto da comunicação moderna, e qual impacto ele pode ter na forma como nos comunicamos no futuro?

Felipe Fox: O Metaverso é, sem dúvida, uma realidade atual graças aos avanços tecnológicos. Contudo, sua teoria não é recente. Hoje, adaptada à nossa conjuntura, ela se torna mais pertinente, assim como várias outras tecnologias que, em suas concepções iniciais, não estavam maduras para implementação ou o público não estava preparado para adotá-las. Quando pensamos em como isso pode transformar nossa forma de comunicar no futuro, a ideia é que o Metaverso não apenas altere, mas aprimore nossa experiência de comunicação. A meta é aproximar os ambientes digitais da nossa vida offline, permitindo sensações, hábitos e interações mais autênticas e imersivas online. Certamente, vejo o Metaverso como um vislumbre do futuro, mas também como uma revolução presente. As vidas já foram impactadas profundamente e acredito que, à medida que novas versões e plataformas emergirem, presenciaremos inovações que refletirão nossos hábitos, cultura, comércio, relações e trabalho.

 

Crea-PR: Muitos estudiosos afirmam que o Metaverso será a próxima grande fronteira da engenharia. Em sua opinião, quais são os maiores desafios técnicos e de engenharia que precisam ser superados para tornar o Metaverso uma realidade plena?

 Felipe Fox: Assim como muitos profissionais inicialmente resistiram ao AutoCAD, que eventualmente se tornou essencial em diversas áreas, o metaverso segue um caminho similar. Considere um engenheiro civil: ele pode facilmente desenvolver projetos no metaverso que pretende concretizar no mundo físico. O metaverso oferece uma experiência imersiva através da realidade virtual e aumentada, permitindo que os usuários explorem espaços, interajam e compreendam como seria sua vida nesses ambientes. Expandindo essa ideia para outras áreas da engenharia, a tendência é que os metaversos se adaptem e evoluam para atender às necessidades emergentes. Lembro-me do impacto inicial da cidade virtual de Centrallands, como a compra de terras virtuais chocou muitos. Mas à medida que o metaverso avança, as próximas versões incorporarão ferramentas mais técnicas, permitindo que diversas áreas da engenharia exponham seus trabalhos e atendam às demandas da sociedade de maneira mais eficaz e inovadora.

 

Crea-PR:Especificamente, como a engenharia está sendo usada para criar o Metaverso?

Felipe Fox: Considerando as tecnologias que temos agora, mesmo sem levar em conta o metaverso que já está disponível, imagine um engenheiro desenvolvendo um projeto em 2D ou 3D e proporcionando um tour virtual. No entanto, no metaverso, esse mesmo projeto se transforma em um espaço interativo. Os usuários não só observam, mas realmente entram, vivem e interagem nesses ambientes de maneira imersiva. Acredito que isso é revolucionário. Antes de investir completamente no desenvolvimento físico de um projeto, explorar sua concepção no metaverso permite uma experiência ampla e aprofundada. É essa capacidade de exploração e imersão que vejo como uma das mais valiosas ofertas para os profissionais de engenharia.

 

Crea-PR: Com a integração de realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial, qual o papel da engenharia no desenvolvimento de plataformas de Metaverso seguras e eficientes?

Felipe Fox: A engenharia tem o propósito crescente de entregar soluções cada vez mais integradas. Se refletirmos sobre o ritmo acelerado dos avanços tecnológicos, vemos constantemente novos marcos, como na área de inteligência artificial. Com o lançamento do chat GPT pela OpenAI, presenciamos a emergência de inúmeras empresas globais focadas em IA. E o objetivo dessas empresas não é reinventar a roda, mas sim combinar e expandir as IAs existentes, visando otimizar o trabalho e aumentar a eficiência. Nesse contexto, o papel da engenharia é consolidar e integrar essas tecnologias. Imagine um metaverso educacional, onde cursos online são conduzidos e avatares manipulam materiais didáticos de maneira inovadora. Como exemplo, num contexto de engenharia mecânica, visualize uma plataforma onde um avatar desmontar o carro e apresenta detalhadamente cada componente. Essas são apenas algumas das maneiras pelas quais podemos conceber a integração de metaversos com novas tecnologias, tornando-as mais relevantes para o público. Portanto, aqueles à frente da inovação tecnológica devem persistir na busca por integração e aprimoramento contínuo das ferramentas emergentes.

 

Crea-PR: Como você acredita que a comunicação dentro do Metaverso afetará as relações humanas, tanto profissionalmente quanto pessoalmente? Há riscos de nos tornarmos demasiadamente dependentes desses ambientes virtuais, como isso já ocorre com as Redes Sociais?

Felipe Fox: Sim. Toda interação com a tecnologia carrega seus riscos. Uma representação vívida disso pode ser encontrada na popular série de streaming, “Black Mirror”. Através de episódios distintos, a série nos apresenta cenários de uma vida permeada por avanços tecnológicos extremos e as implicações humanas desses avanços. Recordo-me de um episódio em que as pessoas têm a capacidade de “bloquear” outras no mundo real, fundindo de forma indistinta a vida virtual e a física. Essa narrativa nos leva a uma reflexão profunda: conforme a tecnologia avança, ela se integra de forma tão profunda em nossas vidas que se torna quase indissociável. Pense no final dos anos 90 e início dos anos 2000. Poucos poderiam imaginar o grau de dependência que teríamos com os smartphones hoje em dia. Atualmente, podemos nos aventurar fora de casa com apenas nosso celular, dispensando documentos e cartões. E, se a bateria acaba, nos sentimos quase desamparados, evidenciando a profunda dependência que desenvolvemos com esses dispositivos. A tendência, especialmente com a crescente adesão ao trabalho remoto, é que essa integração se aprofunde. Imagine equipes globais colaborando em projetos conjuntos dentro do metaverso. À medida que essas tecnologias se consolidam, elas não apenas ganham espaço, mas também se entrelaçam com nossa cultura, podendo, eventualmente, tornar-se essenciais em nosso cotidiano.

 

Crea-PR: Quais são as principais habilidades e conhecimentos que engenheiros e profissionais de geociências devem adquirir para estar na vanguarda do desenvolvimento e expansão do Metaverso?

 Felipe Fox: O Metaverso oferece uma forma inovadora de interagir com locais e culturas do mundo real. Tomemos, por exemplo, o Teatro Amazonas em Manaus. Agora, ele possui uma representação no metaverso, permitindo que visitantes de qualquer parte do mundo entrem, explorem e se maravilhem com sua arquitetura e atividades culturais. Esse recurso proporciona um acesso virtual ao que é um ícone da cultura brasileira, o Teatro Amazonas. Imagine essa ideia ampliada para outros locais icônicos do mundo. Isso redefine a maneira como as pessoas podem experienciar lugares aos quais talvez nunca pudessem visitar pessoalmente. Pense nas possibilidades de reinvenção e democratização do acesso a esses espaços. E, com a engenharia do metaverso, visualize eventos culturais acontecendo simultaneamente, enriquecendo a experiência de todos os visitantes.

 


Comentários

  1. Valter Luiz Grachinski says:

    Achei que na última pergunta -“Quais são as principais habilidades e conhecimentos que engenheiros e profissionais de geociências devem adquirir para estar na vanguarda do desenvolvimento e expansão do Metaverso?”, a resposta do entrevistado não correspondeu.

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