Dia do Engenheiro propõe reflexão sobre as engenharias no futuro
Relatório produzido pela Mútua do Sistema Confea/Crea traz uma visão das exigências do mercado e novo perfil profissional11 de dezembro de 2023, às 8h00 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos
Vivemos uma era de intensas mudanças: transições energéticas, da estrutura etária da população brasileira e mundial, ampliação intensa de processos digitais, automação e do uso de inteligência artificial e mudanças, inclusive, climáticas. Neste momento desafiador cabe uma reflexão sobre o futuro de nossas profissões, já que todos os campos das engenharias estão sendo afetados por essas profundas mudanças. Nem tudo pode ser tratado no futuro como “a ser resolvido pelo uso de tecnologias ou por robôs”. São as habilidades humanas e o pensamento criativo necessários para compreender, projetar, construir e gerenciar as novas tecnologias, que estarão em demanda crescente. Parece até paradoxal, mas, na nossa visão, o olhar humano dos nossos profissionais deve ser cada vez mais alvo de cuidados na formação dos novos engenheiros e na contínua capacitação e requalificação dos que já atuam no mercado de trabalho.
O Sistema Confea/Crea tem acompanhado atentamente essas transformações do mundo, os desafios globais, a era digital e está se adequando para ser cada vez mais atuante dentro das mudanças que tem acontecido, para colaborar com a formação e atuação dos profissionais que atendam as demandas dessa nova era de mudanças.
Entre as várias reflexões existentes, o Crea-PR destaca, nesse Dia do Engenheiro – 11 de dezembro –, os resultados de um recente e profundo estudo sobre tudo o que envolve a engenharia no País, hoje com 1,1 milhão de profissionais registrados no Sistema Confea/Crea, apresentando um amplo diagnóstico sobre as demandas do mercado de trabalho, as diferentes formas de ocupações e uma análise sobre o que se espera para o futuro da profissão.
Esse conjunto de informações e reflexões faz parte do Relatório “Futuro da Engenharia no Brasil”, produzido neste ano de 2023 pela Mútua – Caixa de Assistência aos Profissionais do Sistema Confea/Crea. O material pode ser acessado na íntegra no endereço: mutua.com.br/publicacoes/
A iniciativa desse trabalho está direcionada a fomentar o desenvolvimento e aprimoramento das profissões e levantar informações sobre exigências do mercado, tendências da economia, tecnologia e da sociedade, que podem contribuir para a reflexão e as ações de nosso Conselho Profissional.
“O que queremos é ser cada vez mais colaborativos com todas as necessidades que surgem. Para isso, promovemos uma ampla capacitação que contribua não apenas com habilidades técnicas dos engenheiros, mas nas características comportamentais, empreendedoras e de inteligência emocional, pois hoje o mercado exige profissionais completos e preparados para a gestão de pessoas,”, afirma o presidente do Crea-PR, Eng. Civ. Ricardo Rocha de Oliveira.
Ele acrescenta ainda que para seguir esse caminho é preciso ir além do processo formativo tradicional: “Não basta apenas ter se capacitado em habilidades técnicas, mas sim estar aberto a um processo contínuo de desenvolvimento ao longo da vida profissional, obter conhecimento para atuar e dar efetivos resultados em uma nova realidade, em um mundo que conecta diferentes gerações, que abre espaço para a diversidade cultural, de gêneros e para a sustentabilidade. Por isso, a nossa preocupação é que o Sistema esteja em constante atualização”.
Cenário desejado
O relatório Futuro da Engenharia no Brasil mostra exatamente que as ocupações que irão existir daqui para frente nas engenharias deverão estar voltadas para empreendedorismo, intraempreendedorismo, criatividade, inovação, gestão e competências comportamentais e socioemocionais. Os profissionais serão vistos pelo mercado como um desenvolvedor de soluções para problemas em geral e para os grandes desafios globais. O que se espera para todos é um bom equilíbrio e realização em todos os aspectos da vida: mentalmente, fisicamente e financeiramente.
Outro ponto de destaque lembrado é que o registro profissional junto ao Sistema é condição indispensável ao exercício da profissão e para que a sociedade não esteja sujeita a riscos graves.
Diversidade
Pensar no futuro é também considerar ambientes de trabalho mais diversos e inclusivos para minorias étnicas e de gênero e para pessoas com deficiência, com foco na formação desses profissionais para cargos de liderança, cita o relatório. O cenário no Brasil ainda precisa de avanços e dada a importância da diversidade e inclusão para a geração de soluções inovadoras para os grandes desafios da humanidade, esta questão se torna uma tendência cada vez mais essencial e recorrente. O estudo considera ainda que a chamada Geração Z – nascida entre a segunda metade da década de 1990 e 2010 – representa a força profissional e consumidora do futuro e o mercado de trabalho como um todo tende a se adaptar ao perfil e às necessidades demonstradas por essas pessoas.
Entre tendências de novas formações curriculares que formem profissionais com capacidade de atuação em uma agricultura moderna, capaz solucionar problemas e ampliar a produção nas áreas de alimentos, saúde e biotecnologia, setor financeiro, energia e cidades sustentáveis, resilientes e inteligentes.
Tecnologia
O uso da tecnologia será cada vez mais demandado para muitos desafios. A recém lançada Plataforma Crea-PR Conecta surge nesse sentido com uma possibilidade de atualização profissional e conexão com empresas e contratantes de serviços. O Portal busca a maior inserção de profissionais no mercado de trabalho e traz também assuntos relevantes e oportunidades para a formação dos acadêmicos, bem como para inserção de jovens profissionais, atualização e requalificação dos que já estão atuando no mercado e precisam se preparar para as mudanças contínuas, rotineiras daqui para frente.
Apesar de todos os benefícios que hoje a tecnologia permite, o Crea-PR mantém o compromisso de estar sempre próximo dos profissionais. “Prova disso, são investimentos para a modernização de inspetorias no Estado e a preferência por atendimentos personalizados, para compreendermos melhor as diferentes profissões e as necessidades delas”, ressalta o presidente do Crea-PR.
“A todos os nossos profissionais desejo um futuro promissor e próspero. Acompanhar os avanços das tecnologias e das condições de exercícios nas nossas profissões tornou-se cada vez mais difícil para muitas organizações, especialmente porque a tecnologia evolui muito rapidamente. Por mais notáveis que sejam as conquistas da engenharia, certamente ainda restam muitos outros grandes desafios futuros e oportunidades a serem concretizados. Embora alguns desafios pareçam claros, muitos outros são difíceis de se compreender e muitos mais ainda certamente estão além da nossa imaginação. Mas devemos estar preparados para a mudança. Como uma vez disse o compositor cearense Belchior na canção Velha Roupa Colorida:
‘Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era jovem novo
Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer.”
O PROFISSIONAL DE ENGENHARIA NÃO CONSEGUE SE ESPECIALIZAR DEVIDO A FALTA DE RECURSOS PROVENIENTE DE SALÁRIOS BAIXOS E CONSEQUENTEMENTE A VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL. MAS EXISTE UMA SAÍDA PARA ISTO VISTO. DEVERIA SER ADOTADO UM SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO POR FOTOS DAS ETAPAS DOS SERVIÇOS, REGISTRADOS NO SISTEMAS CREA E ORGÃOS DE FISCALIZAÇÃO, SE OS MESMOS FOREM ALTERADOS DEVE-SE EXIGIR O US-BUILT, SÓ ASSIM OS LEIGOS FICAM SEM ARGUMENTOS POR ESTAR DEVIDAMENTE DOCUMENTADO E COM A PARTICIPAÇÃO EFETIVA DO PROFISSIONAL HAVERÁ A VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL, QUE ESTÁ LONGE DE SE CONSEGUIR SEM MEDIDAS RESTRITIVAS COMO ESTA.
Parabéns Engenheiros!
Sempre me incomodou uma situação, não importa o quanto o profissional seja competente, o mercado esta interessado em se o profissional fala mais de um idioma e as faculdades de engenharia ainda não abrirão os olhos para esta necessidade do mercado, na verdade as faculdades em geral, principalmente públicas, estão se lixando sobre que profissional o mercado está precisando, são demais engessadas para agilidade exigida pelo mercado.
As faculdades ditas ágeis, focadas em faturamento, formam profissionais para usarem softwares mas que infelizmente não sabem interpretar um resultado ou o que significam alguns dados de entrada.
Por estas questões que o profissional de engenharia está longe do prestígio que outras profissões, algumas até calcadas sobre ombros de profissionais da engenharia, relegados ao anonimato.