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Acesso em 23/11/2024 às 07h24.

Profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências podem contribuir no combate à dengue

20 de fevereiro de 2024, às 9h28 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

O ano de 2024 começou com mais uma preocupação na área da saúde. Desta vez, um problema recorrente está ainda pior – a dengue. O Brasil já registrou mais de 524 mil casos da doença neste início de ano, conforme estimativa do Ministério da Saúde, e 84 mortes. Ainda de acordo com o Ministério, o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, é o principal método para a prevenção da dengue e redução dos infectados.

Para ajudar neste combate, pode-se destacar o gerenciamento correto de resíduos sólidos, atividade feita por profissionais ligados às Engenharias, Agronomia e Geociências, que podem atuar em diversas áreas que são diretamente ligadas a medidas preventivas, como explica José Roberto Francisco Behrend, Conselheiro do Crea-PR e Coordenador da Câmara Especializada de Agrimensura e Engenharia de Segurança do Trabalho – CEAEST. “No âmbito da zeladoria urbana, estes profissionais são responsáveis por planejar e gerenciar a manutenção de espaços públicos, contribuindo para a construção de uma paisagem urbana bem cuidada. Espaços públicos adequadamente mantidos não apenas promovem a saúde pública, mas também influenciam positivamente a percepção de cuidado junto à população”, detalha

O gerenciamento adequado de resíduos sólidos, pontua Behrend, está entre os papéis vinculados à zeladoria urbana: “podemos, inclusive, definir o papel dos profissionais, enquanto gestores que atuam nas funções vinculadas ao serviço público de limpeza urbana, como de coleta de resíduos domiciliares, de resíduos recicláveis, além de serviços de varrição. Ainda podemos destacar o papel dos profissionais que atuam na elaboração, implantação e operacionalização dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)”, diz Behrend.

“No contexto da epidemia de dengue, a contribuição dos Engenheiros, Agrônomos e profissionais das Geociências na elaboração e implementação desses planos é fundamental. Na fase de diagnóstico, durante a elaboração do PGRS, esses profissionais têm a oportunidade de identificar áreas com condições de geração, acondicionamento e destinação dos resíduos. Nesta fase, há uma grande sinergia entre o gerenciamento adequado dos resíduos, com a proteção contra a proliferação de mosquito, uma vez que a localização de depósitos inadequados de resíduos que podem se tornar criadouros”, explica.

A elaboração do PGRS, inclusive, já tem a obrigatoriedade legal estabelecida por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). “O documento detalha como os resíduos devem ser gerenciados, incluindo desde a geração até a destinação final, com a participação ativa de responsáveis técnicos habilitados”, descreve o coordenador da CEAEST.

São vários os setores que devem ter o próprio PGRS, segundo Behrend. “Entre as atividades previstas em lei, estão as indústrias, estabelecimentos de saúde e empresas de construção civil. Também precisam apresentar PGRS comércios e serviços que produzem resíduos perigosos ou aqueles que embora não produzam resíduos perigosos, produzam resíduos em grande quantidade denominados ‘Grandes Geradores’, definidos por regulamentação local”, frisa.

Os benefícios desses planos vão além da preocupação com a destinação de resíduos. “Os PGRS podem incluir estratégias de educação ambiental para conscientizar a população sobre a importância de descartar corretamente os resíduos. Essa conscientização é essencial para evitar o descarte inadequado que pode contribuir para a epidemia”, comenta Behrend.

Além disso, “a implementação do PGRS pode fomentar a promoção da coleta seletiva, permitindo a separação adequada dos resíduos. Esse tratamento adequado de resíduos recicláveis e não recicláveis contribui para reduzir a quantidade de material propenso a se tornar criadouro de mosquitos”, afirma o profissional.

Em outro ponto, “o PGRS estabelece protocolos para sua implantação e consequentemente o monitoramento da gestão de resíduos. Isso inclui a verificação das condições adequadas de gerenciamento até sua destinação final, garantindo que os resíduos não se acumulem de maneira inadequada, minimizando os riscos de proliferação de mosquitos”.


Comentários

  1. RICARDO JOHANSEN says:

    Olá bom dia, agradeço pela consideração e o retorno dispensado. Não sou especialista nessa área entomológica, de controle de vetores que atacam os humanos,
    Vou buscar informações para atender o interesse da instituição em divulgar as tecnologias de controle de vetores.
    Como produtor rural, terei um tempo maior para atender essa atividade, pois acredito que o órgão com as
    informações recebidas, daria andamento na busca das maiores e melhores informações, enquanto isso os paranaenses continuarão sendo picados pelo mosquito vetor, pois não ocorre controle da fonte do inoculo.
    Dentro de 90 dias, lá por 30/05/24, com a queda natural da temperatura , haverá redução do inóculo e redução dos humanos contaminados, por outro lado, restará um remanescente em quantidade muito maior para o retorno da doença, no verão de 2025, e até lá, os governos ainda não resolveram o controle do vetor.

    Atenciosamente
    Engº Agrº RICARDO JOHANSEN

  2. RICARDO JOHANSEN says:

    Olá bom dia, estou assustado e impactado com a divulgação dessa matéria, com a análise efetivada pelos profissionais das áreas.
    Em nenhum momento foi aventado o fato de buscar a redução da FONTE DE INOCULO – O MOSQUITO.
    O BRASIL possui diversas tecnologias para controle e redução das fontes de inóculos de insetos.
    Possui a tecnologia do macho estéril.
    Possui a tecnologia do macho inoculado com vírus que controla o virus da dengue.
    Possui o conhecimento de insetos predadores de mosquito.
    Possui inseticídas biológicos, que não afetam o homem e a natureza.
    Possui inseticídas químicos de moléculas modernas para controle dos insetos.
    Possui o velho MALATHION, em dosagem de uso em UBV, que não oferece risco à saude humana.
    Porém todas essas tecnologias são MAL vistas pelos AMBIENTALISTAS e NATUREBAS.
    E com isso, a população fica refém de laboratórios estrangeiros que drenam as receitas da UNIÃO, sem
    no entanto deixar a participação aos gestores públicos.
    É chegado a hora de o CREA/CONFEA se manifestarem e entrarem nesse cenário, pois da OAB não podemos esperar mais nada.

    Atenciosamente
    Engº Agrº RICARDO JOHANSEN

    • Crea-PR says:

      Olá Ricardo, bom dia!

      Agradecemos imensamente pela sua colaboração. O objetivo principal da matéria foi destacar a importante atuação dos profissionais vinculados ao Sistema no combate à proliferação do mosquito.

      Entretanto, além de abordar as metodologias de proliferação, também temos interesse em divulgar as tecnologias voltadas para o controle do vetor da doença. Portanto, se você puder complementar fornecendo informações sobre essa questão da redução do mosquito, seria extremamente valioso.

      Você gostaria de escrever algo para nós ou estaria disposto a ser fonte para uma próxima matéria?

      Agradecemos novamente pela sua disposição em contribuir com o Crea-PR.

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