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Acesso em 10/08/2024 às 14h25.

Cidades inteligentes e parques tecnológicos são destaques no 8º Encontro de Líderes do Crea-PR

Realizado nesta terça (18) em Curitiba, o Encontro reuniu lideranças das Engenharias, Agronomia e Geociências do Paraná para debater a inovação e uso da tecnologia nas cidades

18 de junho de 2024, às 18h19 - Tempo de leitura aproximado: 15 minutos

O Crea-PR reuniu nesta terça (18) lideranças do estado para debater sobre tecnologia, inovação e cidades inteligentes em prol das cidades, mudanças e ações que beneficiam a sociedade por meio do trabalho dos profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências. O evento acontece no espaço Viasoft Experience, em Curitiba, com apoio da Mútua e CredCrea, e conta com a presença de representantes de entidades de classe, instituições de ensino, empresários, inspetores do Crea-PR, entre outros.

O presidente do Crea-PR, Eng. Agr. Clodomir Ascari, comenta que participa desse evento a “base do Conselho, nossos líderes”. Ele conta que “estamos acelerando no Conselho o processo de estudos e investimentos em tecnologia e inteligência artificial, pois em pouco tempo isso estará em tudo, porém, o diferencial será a implantação dessas tecnologias com humanização, utilizando-as como ferramentas e valorizando as pessoas”.

Ele destacou também o importante papel da Mútua como caixa de assistência no Sistema Profissional, a entrega do Prêmio Crea-PR Engenheira Enedina Marques – que acontece após este evento – como um “reconhecimento às mulheres líderes do Paraná”. Quanto aos debates deste Encontro, “temos dois enfoques, que são as cidades inteligentes com apresentação de casos de sucesso em Curitiba, considerada a cidade mais inteligente do mundo, e Maringá. Com isso, temos total responsabilidade em avançar, pois as nossas 138 profissões (títulos que o Conselho abrange no Paraná) respondem diretamente por essa tecnologia. O segundo enfoque são os parques tecnológicos, e essas duas áreas fazem do nosso estado uma referência no Brasil e no mundo, e devemos cada vez mais ficar por dentro, participar, sugerir e fazer ainda mais diferença, sempre com o foco na nossa comunidade”.

O presidente citou ainda o convênio assinado na última semana com a Mútua, viabilizando a disponibilização da plataforma de cursos on-line do Crea-PR para os profissionais de todo o país. Hoje são mais de 50 cursos ofertados e o objetivo são mais dez até o final deste ano.

“Então tudo isso demonstra a responsabilidade dos nossos líderes, o que é um orgulho, mas demanda avanços inovadores e bastante trabalho”. Destacou ainda a iniciativa do Crea-PR em apoiar o Crea gaúcho no projeto Reconstruir Rio Grande do Sul, enviando profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências para trabalhar neste grande projeto.

E finaliza, afirmando: “sinto muita gratidão em estar aqui como presidente e aposto muito em vocês, sozinho não fazemos nada. A partir de hoje começa o Connect Week, evento apoiado pelo Crea-PR, em que vamos respirar tecnologia, e devemos fazer disso uma rotina. Participem, se inspirem e levem isso para as suas entidades, para o nosso Sistema Profissional e para a sociedade que vocês vivem. Esse é o objetivo principal de estarmos aqui”.

Para o diretor-presidente da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea, eng. agr. Francisco Antônio Silva de Almeida, “levamos hoje acolhimento por meio de recursos para assistência em muitas áreas em que o profissional precisa. Participar de um evento como esse mostra como somos referência nacional em tecnologia, área que apoiamos sempre”.

Também participou da abertura o presidente da Cooperativa de Crédito Credcrea, eng. civ. Gelásio Gomes. “Vimos ontem na Assembleia Legislativa o reconhecimento do valor do Crea no Paraná, recebendo uma homenagem pelos trabalhos prestados para o povo paranaense nesses 90 anos de história. Hoje estamos reunidos novamente, com uma pauta de debates que demonstram a preocupação a atualização dos seus profissionais”.

Edição especial da Revista Técnico-científica

Na sequência houve o lançamento da 36ª Revista Técnico-científica do Crea-PR, uma edição especial, apresentada pela editora-chefe eng. civ. Gabriela Mazureki.

“A revista existe desde 2013, composta de edições regulares e especiais quando ocorrem parcerias em simpósios, encontros, e dessa forma foi desenvolvida a que lançamos hoje”, explica. Gabriela comenta que este é “um tema inovador que até o momento não sido trabalhado aqui, e os artigos vieram do Encontro Nacional de Postos de Petróleo e Gás, que aconteceu em Matinhos-PR, 2023”.

São assuntos bem específicos e super interessantes. A editora convida todos a acessarem os artigos e aproveitarem para conhecer outras edições especiais, que têm temas específicos da engenharia civil, patologias, engenharia mecânica e muitos outros, além das edições regulares, com temas gerais das Engenharias, Geociências e Agronomia.

Palestra: a Caixa de Assistência dos Profissionais do Sistema Confea/Crea – Mútua e suas inovações

A primeira palestra do dia foi feita pelo diretor-presidente da Mútua, Francisco Almeida. Ele explicou como funciona a caixa de assistência na disponibilização de benefícios aos profissionais. Falou ainda do Conecta Mútua, inspirado no Crea-PR Conecta, que oferece oportunidades profissionais e informações de cursos e eventos.

Destaca que “apesar de tantos benefícios, uma dificuldade é que muitos profissionais ainda não conhecem a Mútua, mesmo sendo algo voltado especialmente para eles, e estamos trabalhando nisso”. Almeida falou dos principais benefícios ofertados atualmente pela Mútua.

Palestra: características de um líder

A segunda palestra foi proferida pelo Carlos ‘Tongo’, com o tema liderança. Para ele, o líder “deve ser alguém que inspira e dá apoio, o que tem faltado até mesmo dentro de casa nos dias atuais”.

Quando é passada uma meta para uma equipe e esta é alcançada, a maioria dos líderes “simplesmente parabenizam todos por atingirem a meta, por chegar lá, mas isso não dá muito resultado. O resultado está em falar diretamente para cada um que fez diferença, explicar para cada um, valorizando as pessoas com a atenção direcionada”. Naquele momento cada um se sente importante, reconhecido.

Outro ponto citado foi a importância de que o líder não seja preconceituoso, não tenha conceitos ou julgamentos prévios com seus liderados.

Painel: cidades inteligentes

O primeiro painel apresentado foi Curitiba: cidade mais inteligente do mundo, pelo Dario Paixão, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Inteligência Artificial. Ele explicou como Curitiba recebeu esse prêmio do World Smart City Awards. “É um prêmio que avaliadores de diversos países votam na cidade que consideram a mais criativa e inovadora daquele período do ano.” Falou ainda do trabalho na Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e da Secretaria Municipal de Inteligência Artificial, a primeira no Brasil.

Curitiba tem “orgulho de ser a cidade mais inteligente do mundo, pela geração de políticas públicas, regulamentos, ações e boas práticas com inovação, isso sempre ligado à sustentabilidade, acessibilidade, coisas que não são fáceis de implementar, mas com ações e projetos bem específicos, conseguimos chamar a atenção para esses temas”. Na Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, com um trabalho de relacionamento com grandes empresas de tecnologia, estão sendo abertos os caminhos para tentar traze-las e articular melhor essa área na cidade”. Para ele, já existe bastante inteligência artificial espalhada por Curitiba, em empresas, órgãos públicos e universidades, mas é importante acompanhar o crescimento e a atuação de forma organizada, pelo desenvolvimento da cidade e das pessoas.

“Na prefeitura utilizamos inteligência artificial em alguns projetos, está tudo no início, precisamos amarrar tudo e fazer com que Curitiba seja uma cidade competitiva em relação à IA. Competitiva no sentido de trazer empresas, gerar empregos e renda, e dar suporte para as empresas crescerem”, diz.

Paixão falou ainda de outros projetos que estão acontecendo em Curitiba e chamando a atenção de empresas e de cidades em outros países. “Graças a esse trabalho que está sendo feito, Curitiba pode sair de novo na frente, inovando em projetos inéditos, como por exemplo a entrega por drones, algo muito complexo, que envolve muitas áreas”.

O segundo painel foi o “Projeto Cidades Inteligentes de Maringá”, apresentado por César Rael, secretário da Agência Maringá de Tecnologia e Inovação. Ele afirma que “nós da inovação temos um desafio porque estamos aprendendo enquanto a evolução está acontecendo. Então também estamos aprendendo e esse é o grande diferencial”. Conseguimos criar uma sandbox, ou seja, um ambiente de teste de tecnologia e inovação em Maringá, e é ele que usamos para trazer novidades.

Não é fácil entrar em detalhes em todas as oportunidades que recebemos em relação ao mercado da inovação, temos que filtrar, e para que possamos analisar essas soluções e ver se elas serão adequadas para a nossa cidade, abrimos as dores do município, expomos os problemas, e aí sim, buscamos ajuda junto à sociedade. “Em Maringá, nós temos uma parceira muito grande com a sociedade civil, que é exigente. Então, isso nos deixa confortáveis para trabalhar”. Ele conta que um dos pilares do trabalho é o Maringá Smart City, transformar numa cidade inteligente, que fomenta a inovação; e ainda o arcabouço legal com o ISS (em que empresas podem usá-lo para investir em inovação), lei da inovação, sandbox (ambiente de testes tenológicos), e vários outros programas que ajudam a fomentar o desenvolvimento tecnológico na cidade.

“A capacitação é outro pilar, montamos dentro da nossa estrutura laboratórios para treinar mão de obra para a cidade. A falta de mão de obra é um problema para vários seguimentos em cidades no mundo inteiro. Em alguns locais e faixas etárias existe até uma cultura de não querer trabalhar, e buscando solucionar isso, temos que incentivar para que as pessoas se capacitem para trabalhar”, diz. Maringá também tem incentivado a criação de parques tecnológicos, como o Maringatech (parque de TI), o TecPar (empresas farmacêuticas que vão começar a produzir remédio local).

Após os dois painéis os participantes tiveram a oportunidade de comentar e fazer perguntas aos painelistas.

Painel Parques Tecnológicos no Paraná

No período da tarde, o 8° Encontro de Lideranças apresentou o Painel Parques Tecnológicos no Paraná.

Separtec

José Maurino Oliveira Martins, Coordenador do Separtec, abriu o painel “Parques Tecnológicos do Paraná” falando da importância das profissões tecnológicas para a sociedade: “Quando falamos de inovação, de desenvolvimento, estamos falando dos engenheiros. Quando vejo grandes feitos sempre penso: ‘por aqui passou um engenheiro’.” 

O Governo do Estado do Paraná instituiu – por meio do Decreto 9.194//2018, Sistema Estadual de Parques Tecnológicos com o objetivo de constituir um instrumento articulador e incentivador dos diversos atores da ciência e tecnologia do Paraná, responsável por propor políticas e criar um ambiente favorável ao desenvolvimento da inovação no Estado, com foco nos parques tecnológicos. Inspirado no modelo adotado por São Paulo, o projeto do Paraná foi concebido em conjunto pelas secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia e da Fazenda. Um dos objetivos é estimular a participação do pesquisador paranaense no desenvolvimento de pesquisa junto ao setor produtivo.

Ele aproveitou a ocasião para apresentar a migração da marca, hoje Separtec+: Sistema Estadual de Ambientes Promotores de Inovação, e explicou o motivo da mudança. Para ele, o parque em si é “a cereja do bolo, o estado da arte”, e que no processo até criação do parque é que se descobre toda a sua potencialidade, o que faz sentido é olhar para toda a cadeia, entendendo os parques também em suas fases de maturidade, mas não só”, afirmou.  

Hub de IA Londrina  

Marcos Paulo de Souza, Consultor em Inovação do Senai, falou aos líderes presentes no evento sobre o HUB de Inteligência Artificial implementado pelo Senai, em Londrina, em 2019. O HUB conecta empresas de TI, startups, indústrias, instituições de pesquisa e de ensino e oferece formação na área. A atividade do HUB é focada na prática: o espaço funciona como um Centro de Provas de Conceito de Inteligência Artificial, onde as indústrias podem aplicar projetos de inteligência artificial de forma acessível e ágil. 

O principal produto do HUB hoje é o Programa de Residência em IA. Profissionais de mercado são selecionados para participar em período integral de capacitação em inteligência artificial. Acompanhados por mentores para desenvolver soluções para problemas reais das indústrias patrocinadoras do programa. Já participaram grandes empresas como A.Yoshii, Grupo Boticário, Paraná Energia, Unimed, Veltec, Volvo e Votorantim. “O programa é o único e primeiro do SENAI e já é reconhecido no Brasil inteiro”, afirmou Marcos.  

Vale do Pinhão – Engenho da Inovação  

Mais do que um lugar, um movimento do ecossistema de inovação para promover ações de Cidade Inteligente, com impactos no empreendedorismo e no desenvolvimento sustentável.

Uma cidade inteligente se desenvolve economicamente ao mesmo tempo em que aumenta a qualidade de vida de seu cidadão e gera eficiência nas operações urbanas. Para promover ações neste sentido, a prefeitura de Curitiba, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, criou o programa Vale do Pinhão.

Marlon Cardoso, Coordenador de Ambientes e Inovação da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, explicou ao público como Curitiba se tornou uma cidade inovadora, que vem ao encontro da criação do Vale do Pinhão: “Habituada a ser chamada de cidade conectada e inovadora, Curitiba agora é reconhecida como uma das cidades mais inteligentes do mundo. Isso se deve ao compromisso da cidade com a entrega de soluções inovadoras e sustentáveis”, diz. O ecossistema de inovação da cidade contribui para isso.

O movimento do ecossistema de inovação tem como propósito fortalecer e potencializar o ambiente de inovação por meio do empreendedorismo, economia criativa e tecnologia. Os avanços mais recentes do Vale do Pinhão incluem: regulamentação da Lei de Inovação; criação do Fundo de Inovação; desburocratização da abertura de empresas; ampliação de ações para revitalização de áreas urbanas, como o Rosto da Cidade e a nova Lei de Zoneamento; lançamento de aplicativos da Prefeitura que facilitam o dia a dia do cidadão, como o Curitiba APP e o 156; retomada de programas municipais como Tecnoparque e Bom Negócio.

Biopark Toledo 

Brenda Farfan Noamann, Supervisora de negócios do Biopark, falou sobre o parque tecnológico que reúne educação, pesquisa e negócios. Em 2016, o Biopark foi lançado oficialmente, marcando o início de uma nova fase de crescimento para Toledo e toda a Região Oeste do Paraná. Localizado em uma área de mais de 5 milhões de m², o Biopark contempla, além do Parque Tecnológico, setores planejados para áreas residenciais, comerciais e industriais. “O know-how e a visão de futuro do casal Donaduzzi fazem com que o Biopark seja um ambiente único, movido pelo acesso ao conhecimento e compartilhamento de experiências”, disse.

Cilla Tech Park Guarapuava

O ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil, Paulo Alvim, agora diretor executivo do Cilla Tech Park, fala do parque tecnológico de quarta geração fundado em 2020 em Guarapuava-PR com a intenção de articular a realidade regional a agendas globais.

Tudo começou, segundo Alvim, com o Vale do Genoma, hoje abraçado pelo Cilla Tech Park, que busca o posicionar como “principal ecossistema de inovação da região e, eventualmente, de nosso país. Hoje, segundo ele, o objetivo é incorporar os vinte municípios que fazem parte da região, para, como disse Alvim “ irmos todos juntos”, criando um círculo virtuoso de transformação do território”.   

Programas da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

O Assessor Técnico da Seti, Eng. Civ.  Ricardo Rocha, que foi presidente do Crea-PR por duas gestões, falou ao público sobre os programas da Secretaria que englobam, segundo ele, muitas oportunidades de recursos para as profissões do Sistema Confea/Crea e Mútua. Ele abordou a Política de Ciência e Tecnologia – planejada até 2030 – e falou da situação positiva em que a área encontra-se hoje no Paraná:  “desde 2023, 2% da receita tributária do estado vai para ciência e tecnologia, uma situação interessante para criar programas importantes que tragam soluções para a sociedade paranaense, e é isso que estamos fazendo”, disse Rocha. 

Para apresentar ao público, escolheu um dos programas “carro-chefe” da Seti: o AGEUNI (Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável e de Inovação), um programa de estímulo às ações de integração entre Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, com o objetivo de Incentivar o desenvolvimento socioeconômico e aumentar a competitividade das empresas paranaenses, agregando tecnologia aos processos de produção de bens e serviços. Oriundos do programa são o PEM, o Prime e o Projetek. Este último, já íntimo do Sistema, já que é um escritório de projetos executivos de Engenharia e Arquitetura para atender prefeituras municipais do Paraná, que vem tendo grandes resultados no estado. Dito isso, Rocha apresentou-se muito otimista com o futuro do estado: “Eu sou muito otimista com relação ao Brasil e mais ainda com relação ao Paraná; como ficou claro aqui hoje, temos ótimo capital humano – o que é o principal – e oportunidades, então posso dizer que eu acredito muito no nosso futuro”, finalizou.

O Presidente do Crea-PR, em sua fala final, mostrou-se também otimista: “ o nosso objetivo era trazer aos nossos líderes informações sobre as iniciativas que o Paraná tem e que dizem respeito às nossas profissões, e ficou claro que as oportunidades são muitas e serão muito bem aproveitadas pelos aqui presentes, então acredito que nossa missão foi cumprida hoje”, disse Ascari.

 


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