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Acesso em 10/08/2024 às 10h13.

Crea-PR participa do 40º Encontro Estadual de Sericicultura

Nova Esperança, conhecida como capital nacional da seda, reuniu 1.500 sericicultores de todo o Paraná

24 de julho de 2024, às 13h50 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

Conhecida e reconhecida como a Capital Nacional da Seda, Nova Esperança reuniu cerca de 1.500 sericicultores de todo o Paraná em evento realizado no Ginásio de Esportes do Complexo Esportivo do Estádio Municipal na última terça (23). O município se destaca pela sua tradição e inovação no setor. A sericicultura desempenha um papel crucial na economia do Paraná, gerando renda, emprego e contribuindo para a preservação ambiental.

Com o tema “Unindo Saberes, Promovendo Sustentabilidade”, o evento abordou práticas sustentáveis, além de promover a troca de conhecimentos entre os participantes. A programação incluiu palestras, workshops, demonstrações práticas e painéis de discussão, fortalecendo os laços e o desenvolvimento da sericicultura no Estado. Foram apresentadas palestras técnicas sobre a desinfestação do barracão, controle de fitonematoides, e estratégias para aumentar a produtividade dos sericicultores.

O 40º Encontro Estadual de Sericicultura representa um marco na história da sericicultura paranaense, reforçando a importância da cooperação e do compromisso com práticas responsáveis, inspirando e capacitando os participantes para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades no campo da produção de seda. A Câmara de Vereadores de Nova Esperança estabeleceu o dia 23 de julho como dia do sericicultor, já que o município é a capital nacional da seda.

Para o engenheiro agrônomo Clodomir Ascari, o “encontro celebra as conquistas e reforça o compromisso contínuo com práticas responsáveis e sustentáveis. O Paraná se consolida como líder nacional na produção de casulo de bicho-da-seda, graças ao trabalho incansável de nossos pequenos produtores rurais. A sericicultura não é apenas uma fonte de renda vital para muitas famílias paranaenses, mas também uma peça fundamental na diversificação agrícola de nosso estado”.

O secretário da Agricultura do Paraná, Natalino Avance de Souza, disse que o Governo do Estado está comprometido com o fortalecimento do setor e propôs um pacto de esperança para que a sericicultura volte a ter a importância do passado. Ainda que o Paraná permaneça o principal produtor brasileiro, houve uma redução desde a década de 70/80. O Estado chegou a ter 6 mil produtores e hoje tem cerca de 1,3 mil. Também foi responsável por 20 mil hectares de amoreiras (alimentos do bicho-da seda) reduzidos hoje para 3,3 mil hectares.

“Vamos avançar, pois a seda é patrimônio do Paraná, vamos fazer deste encontro um marco de recuperação”, afirmou o secretário. “Precisamos que os produtores de seda queiram, nós da Seab e do Governo do Estado, queremos ajudar a continuar sendo referência”.

O presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, disse que o órgão tem na cadeia da sericicultura um de seus principais focos de atenção. “Estamos comprometidos com entidades do setor, instituições de ensino da região e produtores para promover o aumento das tecnologias e implementar políticas agrícolas que aumentem a produtividade e a rentabilidade”, disse.

Participaram ainda da mesa de abertura do evento o engenheiro agrônomo Celso Roberto Ritter, superintendente do Crea-PR; Moacir Olivatti, prefeito de Nova Esperança; Otamir Martins, presidente da ADAPAR; Benno Doetzer, diretor técnico da SEAB; Shiguero Taniguti Junior, diretor-presidente da BRATAC; Renata Amano, diretora-presidente da ABRAS; Pedro Cecere Filho, gerente regional do IDR.

Concurso Seda Paraná

O Governo do Estado anunciou na terça-feira (23) a pré-inscrição para o Concurso Seda Paraná, que vai premiar mulheres produtoras de fio de seda do Estado. O início das inscrições foi anunciado durante o 40° Encontro Estadual de Sericicultura. As duas sericultoras que tiverem a maior produção e a melhor qualidade ganharão uma viagem para Lyon, na França, para participar do Festival da Seda. Cada vencedora poderá levar um acompanhante.

Haverá uma comissão responsável por julgar a produção e apontar as vencedoras. As pré-inscrições podem ser feitas nos municípios onde há entrepostos que recebem casulos. A efetivação das inscrições deverá ser feita nas unidades locais do IDR-Paraná entre 2 e 30 de setembro.

O desempenho das sericicultoras será avaliado entre 1° de setembro de 2024 e 30 de maio de 2025. A cerimônia de premiação ocorrerá em agosto de 2025 e a viagem em novembro do ano que vem.

A expectativa é fomentar e valorizar a produção da sericicultura paranaense, impulsionar o desenvolvimento econômico e social regional sustentável, dar visibilidade à qualidade da produção, movimentar novos negócios e disseminar a cultura da seda no Estado.

Defesa Agropecuária – Mesmo com indicadores positivos, a cadeia da seda no Paraná enfrenta desafios como a deriva de agrotóxicos. O governo estadual tem atuado para mitigar o problema. “É um tema sensível, mas que precisa ser vencido com a ajuda da ciência, da academia, e com diálogo, algo que é a marca deste governo”, acentuou o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins.

A deriva acontece quando há desvio das gotas de agrotóxicos durante a aplicação, fazendo com que, pela força do vento, se espalhem para além do alvo. Nesse sentido, a sericicultura está entre as culturas mais sensíveis, em razão da coexistência no mesmo ambiente de lavouras como cana-de-açúcar, soja e milho.

Seda no Paraná – O Paraná está consolidado como líder nacional na produção de casulo de bicho-da-seda, atividade exercida por pequenos produtores rurais que se dedicam à cultura como diversificação agrícola para geração de renda. O Paraná produz aproximadamente 86% da seda do Brasil, seguido por São Paulo (10%) e Mato Grosso (4%). A produção paranaense é exportada para países como França, Itália, Japão, Índia e China.

Em 2023 a sericicultura rendeu R$ 39,2 milhões, com a produção de 1,4 mil toneladas, de acordo com dados preliminares do Departamento de Economia Rural (Deral). O município de Nova Esperança, considerado capital nacional da seda, lidera a produção, com 138,8 toneladas de casulos produzidos em 277,6 hectares, que geraram um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 4,1 milhões no ano passado.

Dos 399 municípios paranaenses, 153 atuam com a sericicultura. A atividade envolve cerca de 1,3 mil produtores no Estado.

Com informações da AEN


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