Engenheiros do Crea-PR participam da ação Reconstruir RS

“Nossa matéria-prima é intelectual, são nossos laudos. Aguardávamos o momento adequado para poder contribuir com a reconstrução do nosso estado irmão. E esse momento chegou!
Vocês são a primeira missão de voluntários do Crea-PR a ir para o Rio Grande do Sul ajudar na reconstrução”, declarou o Presidente do Conselho, Eng. Agr. Clodomir Ascari, em uma sala onde estavam reunidos engenheiros prontos para embarcar em uma missão humanitária rumo ao RS.

Nem as baixíssimas temperaturas da manhã de uma segunda-feira, nada comum, diminuiu a vontade e o calor do grupo formado por engenheiros e um jornalista decididos a semear esperança e resgatar sonhos das milhares de famílias gaúchas.

A viagem foi longa, mas logo nas primeiras horas do dia desta terça-feira o time de voluntários já estava de pé, prontos para a ação. Vindos de diversas regiões do Paraná, a delegação paranaense foi composta por 12 paranaenses: Eng. Civ. Regina de Toni, Eng. Mec. Manoel Soares Rosa Junior, Eng. Civ. Alisson Pessoa Valadares, Eng. Civ. Cristian Schwarz, Eng. Civ. Jean Mauricio Sokulski, Eng. Mec. Pedro Henrique Batista Calegari, Eng. Eletric. Luiz Fernando Wagner Ribeiro Moraes Gomes, Eng. Civ. Robson de Moura Militão, Eng. Eletric. Weslei Camara Barboza, Eng. Mec. Bruno Felipe Auler, Eng. Civ. Felipe Pastre Borato e Eng. Civ. Luiz Carlos Ferreira.

O objetivo dessa primeira fase da ação é contribuir com o poder público na emissão de laudos técnicos de prédios públicos de Canoas, uma das cidades mais afetadas. Além dos paranaenses, também participam da ação voluntários do Crea-SC e do Crea-RS. Equipes multidisciplinares com participantes dos três estados foram criadas e cada equipe ficou responsável por vistoriar três escolas, apontando se elas poderiam retomar as atividades, se estavam interditadas ou o que deveria ser feito para que as atividades fossem retomadas.

ACS acompanhou uma das equipes

A assessoria de comunicação do Crea-PR acompanhou a equipe 09, liderada pela paranaense de Realeza, a Eng. Civ. Regina Toni. A primeira das escolas vistoriadas foi o EMEI Vó Picucha. Com 30 anos e cerca de 110 alunos, a escola voltada para o ensino fundamental ficou alagada por 30 dias. Os sinais do estrago causado pela água são visíveis no solo, que está encharcado. Outro sinal dos estragos causados pela chuva é a destruição do chão de taco da escola, que se tornou inutilizável. Apesar disso, os principais problemas não eram estruturais, mas elétricos.

Essa realidade se repetiu nas duas outras escolas inspecionadas. O EMEF Professor Doutor Rui Cirne Lima de Lima, por exemplo, deverá trocar toda a fiação do térreo, já que a água subiu o suficiente para alagar as salas de aula e prejudicar a fundação da escola.

“O que vemos aqui é um flechamento muito intenso, que é quando a fundação afunda nesse formato que estamos vendo”, explica o Eng. Civ. Jean Mauricio Sokulski, enquanto aponta para o teto. A estrutura está cedendo e forma um V sutil rumo ao solo, sinal de que está abalada. Apesar disso e de alguns problemas com o telhado, a escola está parcialmente liberada, desde que corrija os problemas elétricos e isole as áreas afetadas.

A última escola verificada no dia foi a escola Gonçalves Dias, que atende cerca de 440 alunos do ensino fundamental. Com 34 anos, a escola passa por uma reforma, por isso, apesar dos danos causados pela chuva, que chegou a mais de 3 metros de altura, serão reparados pelos trabalhadores da obra. Mais uma vez, o principal problema apontado foi em relação à parte elétrica danificada.

O segundo dia da missão humanitária dos voluntários foi no campo. Nos próximos dias, nossas inspeções e vistorias estão agendadas para que os laudos possam ser confeccionados até o fim da semana. Dessa forma, aos poucos, a vida vai retomando a normalidade em Canoas. 

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