Engenheiro londrinense recebe menção honrosa do Prêmio Capes de Teses 2024

O Eng. Civ. Paulo César Duarte Júnior, aluno de pós-graduação da Universidade Estadual de Londrina – UEL, recebeu a menção honrosa do Prêmio Capes de Teses 2024 com seu trabalho que uniu Engenharia e Medicina para criar uma metodologia inovadora no planejamento cirúrgico de cardiopatias congênitas.

A trajetória de Paulo começou em 2015, quando seu filho foi diagnosticado com uma doença grave: a Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico (SCEH). “A engenharia é a arte de resolver problemas. Independente do que seja, eu sou um solucionador”, explica Paulo, ao explicar o motivo pelo qual buscou se especializar em cardiologia. Paulo ingressou no mestrado e posteriormente no doutorado pela UEL, onde desenvolveu um método único para planejamento de cirurgias cardíacas.

Sua metodologia permite prever o comportamento da estrutura cardiovascular antes da cirurgia, analisando geometrias e anastomoses ideais para alcançar resultados mais fisiológicos. Esse trabalho combina os princípios de Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) aplicados ao sistema cardiovascular, com o objetivo de melhorar os tratamentos médicos e cirúrgicos de cardiopatias complexas.

O trabalho, defendido com o título “Proposta de Planejamento Cirúrgico de Fontan baseado em Estudos Numéricos e Hemodinâmicos Tridimensionais”, foi apresentado no Congresso Mundial de Cardiologia em 2023, em Foz do Iguaçu, com ótimos retornos. 

“O Prêmio Capes é considerado o ‘Oscar da ciência brasileira’. Meu foco nunca foi buscar reconhecimento, mas sim colaborar para que outras crianças não precisem passar pelo que meu filho passou. O fato de minha tese ter sido escolhida para disputar o prêmio nacionalmente já é uma honra enorme”, reflete. Ele destaca que seu trabalho, que transita entre as áreas de Engenharia Civil, Bioengenharia e Medicina, é um exemplo da integração de diversas áreas do conhecimento para solucionar problemas reais.

Paulo continua avançando no campo da pesquisa com um grupo interdisciplinar que envolve grandes instituições brasileiras como a UFRJ, UFMG, USP e o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, onde está em pós-doutorado. Juntos, eles estão desenvolvendo projetos que incluem válvulas cardíacas, tecidos vasculares e biotintas ósseas. Ele acredita na união entre a medicina e a engenharia “Essa é uma forma de curar quando possível, e quando não for, diminuir o sofrimento de quem necessita, sempre buscando o consolo”, explica Paulo.