Dia Mundial do Solo: A Base da Vida e da Sustentabilidade
Por Clodomir Ascari, Presidente do Crea-PR5 de dezembro de 2024, às 9h21 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
O Dia Mundial do Solo, comemorado em 5 de dezembro, é uma oportunidade para refletirmos sobre o papel crucial que este recurso natural desempenha na vida do planeta. Muito além de servir como base para plantas e infraestrutura, o solo é um elemento-chave na geração de alimentos, no ciclo da água, no habitat dos organismos, na ciclagem de nutrientes e na regulação climática, contribuindo com funções ecossistêmicas que se refletem no sequestro de carbono e na preservação ambiental.
O solo e a produção de alimentos
No Brasil, uma potência agrícola mundial, a saúde do solo é um fator determinante para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico, porém, a manipulação desse recurso ameaça a produtividade agrícola e a qualidade de vida de milhões de pessoas.
Estima-se que cerca de 33% do solo está moderado ou altamente degradado (FAO, 2021), devido a práticas inadequadas de manejo, desmatamento e urbanização descontrolada. Para reverter esse cenário, a adoção de tecnologias sustentáveis, como o sistema plantio direto (SPD), os sistemas integrados de produção agropecuária (SIPAs) e os sistemas agroflorestais (SAFs), têm mostrado resultados promissores na recuperação e manutenção da fertilidade do solo e, principalmente, no armazenamento de carbono no solo.
O solo como agente no combate às mudanças climáticas
É fato que os seres humanos, desde a Revolução Industrial, vêm aumentando a sua participação na emissão de gases de efeito estufa (GEE), decorrentes da queima de combustíveis fósseis, da queima da biomassa (desmatamento e queimadas), além das atividades agropecuárias e processos industriais.
É fato também de que, quando bem manejados (com as práticas descritas acima e outras, como o uso de bioinsumos, a recuperação de pastagens degradadas e o combate ao desmatamento ilegal), os solos armazenam mais carbono do que a vegetação e a atmosfera, juntos, mitigando os efeitos do aquecimento global e tornando-se essenciais no combate às mudanças climáticas. Práticas agrícolas que aumentam o teor de matéria orgânica no solo, como o uso de biofertilizantes e sistemas agroflorestais, ajudam a mitigar os efeitos do aquecimento global.
De acordo com estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), melhorar o manejo do solo pode sequestrar até 1,85 gigatonelada de carbono por ano, contribuindo para limitar o aumento da temperatura global. Desta forma, o solo é, sem dúvida alguma, um dos recursos naturais mais importantes da humanidade e fundamental para garantir a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade, além de grande reservatório de carbono. Resolver o problema das mudanças climáticas é uma tarefa complexa, mas que passa, necessariamente, pela captura e armazenamento de carbono no solo.
Engenharia e agronomia em defesa do solo
A preservação do solo exige um esforço coletivo, e os profissionais de engenharia e agronomia têm um papel fundamental nesse processo. Por meio do desenvolvimento de técnicas inovadoras de manejo e conservação, esses profissionais ajudam a equilibrar a produção agrícola com a preservação ambiental.
No Crea-PR, estamos comprometidos em promover boas práticas de uso e manejo do solo, apoiando iniciativas de fiscalização e conscientização que garantam a sustentabilidade e a segurança alimentar.
Preservar o solo é preservar o futuro
Neste Dia Mundial do Solo, reforçamos nosso compromisso com ações que valorizam e protegem este recurso essencial. Afinal, é do solo que brotam os alimentos, a saúde dos ecossistemas e a esperança de um futuro sustentável para as próximas gerações.
Preservar o solo é preservar a vida. Vamos cuidar dessa base tão preciosa para garantir o equilíbrio ambiental e reduzir as ameaças globais. Se não conservarmos os solos, a vida como conhecemos hoje deixará de existir.
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