Perfuração de poços artesianos exige rigor na observação de cuidados ambientais
30 de agosto de 2012, às 18h24 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
A utilização da água de poço tubular, mais conhecido como poço artesiano, para consumo humano deve obedecer a critérios estabelecidos pelas instituições sanitárias e ambientais que definem parâmetros de qualidade e potabilidade da água. Para uso industrial, agrícola ou de lazer, é importante conhecer os padrões físicos e químicos da água para evitar danos aos equipamentos, como corrosão e incrustações, ou mesmo danos ao meio ambiente.
Segundo o geólogo Renato Bidóia, inspetor do CREA-PR de Umuarama, os riscos mais comuns à saúde humana e ao meio ambiente decorrentes da má utilização dos poços são o super bombeamento (poço sem projeto e previsão de consumo incompatível com a obra executada), a contaminação do aquífero por infiltração de água contaminada ou agentes contaminantes que podem se infiltrar do poço para camadas mais profundas e o consumo de água contaminada por coliformes, outras bactérias ou mesmo graxa adicionada aos revestimentos e tubulação da bomba pelo perfurador, ocasionando enfermidades diversas de difícil diagnóstico médico.
De acordo com o geólogo, nos centros urbanos onde há rede de distribuição de água potável a recomendação é para utilizar água de poço apenas para fins não potáveis, como manutenção de piscinas, limpeza e jardinagem. Quem tem interesse em fazer um poço artesiano na área rural ou urbana deve buscar a orientação de profissional habilitado, engenheiro ou geólogo e empresas legalmente estabelecidas, com CNPJ, registro no CREA e profissional responsável para fazer o projeto conforme as necessidades de consumo e apto a acompanhar a perfuração e construção do poço tubular. A perfuração de poço deve ser previamente submetida ao Instituto das Águas do Paraná, para análise e posterior emissão da autorização para perfuração e uso da água.
O geólogo lembra que, tanto em áreas urbanas quanto rurais, é importante que os poços sejam bem construídos, sobretudo com a colocação da laje de proteção sanitária (preenchimento do espaço anelar existente entre barranco da perfuração e o tubo de revestimento do poço). Conforme recomendação, essa cimentação deve ser feita nos últimos 20 metros superiores (após a colocação do pré-filtro) até a boca do poço. “Evitamos, assim, que fluidos contaminantes atinjam o buraco da perfuração e desçam livremente até a água, contaminando a água do poço e do aquífero”, diz Bidóia. Outros cuidados também devem ser observados, como o diâmetro da perfuração dentro das normas ABNT (garantia de poço livre de areia), tipo de revestimento e filtros, utilização de pré-filtro em poços perfurados em aquífero poroso etc.
De acordo com o geólogo, o volume de água a ser bombeada por hora e o regime de bombeamento (quantas horas por dia) devem ser previstas antes da perfuração do poço tubular. Essas medidas, somadas a variáveis como relevo, tipo de rocha a ser perfurada, diâmetro da perfuração e parâmetros hidrogeológicos demandam projetos que minimizem os danos ambientais, já que poços com captação de água acima da taxa de recarga do aquífero podem ocasionar o esgotamento do mesmo, prejudicando toda uma região. Neste caso, o proprietário e os responsáveis técnicos podem ser responsabilizados pelos prejuízos ambientais. No Paraná, o órgão responsável pela autorização
De janeiro até agosto deste ano, 176 ARTs (anotações de responsabilidade técnica) para poços artesianos foram feitas no CREA-PR, para Maringá, Paranavaí, Umuarama, Campo Mourão, Cianorte e municípios vizinhos.
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