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Acesso em 22/12/2024 às 11h29.

Paraná ocupa o 4º lugar no ranking de acidentes de trabalho

28 de abril de 2023, às 7h00 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

O Paraná ocupa o quarto lugar no ranking nacional de acidentes de trabalho, com 44.786 notificações em 2022, o que representa 8% dos 612,9 mil registros no país, conforme mostram os dados do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, coordenado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). À frente aparecem São Paulo (35%), Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (9%). Os números acendem um alerta sobre a importância da saúde e segurança do trabalho, com o Movimento Abril Verde.

A data de 28 de abril, ocasião em que ocorreu a morte de 78 mineiros, em uma explosão em uma mina no estado norte-americano de Virgínia, foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2003, como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No Brasil, a data foi instituída pela Lei nº 11.121/05.

O Inspetor da Regional Ponta Grossa do Crea-PR, Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, José Aparecido Leal destaca a importância de se subsidiar o desenvolvimento, monitoramento e avaliação de projetos, programas e políticas públicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho, bem como informar o combate a irregularidades no ambiente do trabalho.

“O processo de procurar e obter informações e recursos para resolver problemas, em diversas fontes, com outras pessoas e, aproveitando a própria experiência, constitui a mola mestra de mudanças comportamentais de todos os níveis dos trabalhadores na organização”, comenta.

Fiscalização

Levantamento realizado pelo Crea-PR mostra que o mercado de Engenharia de Segurança do Trabalho vinha numa linha crescente de emissão de ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) nos últimos anos. Em 2020 foram 18,3 mil registros, 21,1 mil em 2021, e 31,5 mil em 2022. A ART identifica de forma legal, objetiva e rastreável, que a obra e/ou serviço foi planejado e executado por um ou mais profissionais legalmente habilitados pelo Crea, e que cabe exclusivamente a este ou a estes profissionais a responsabilidade técnica por ambos.

Para o Conselheiro e Gestor de Fiscalização do Crea-PR, Engenheiro Agrônomo e de Segurança do Trabalho, Vergínio Luiz Stangherlin, os números reforçam que as empresas estão mais atentas com relação à necessidade de prevenir acidentes.

“A segurança do trabalho ganhou uma atenção especial das empresas nos últimos anos com foco na prevenção de possíveis riscos trabalhistas, de acidentes de trabalho e, principalmente, previdenciário. Isso por conta do eSocial, que é o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas”, comenta Vergínio.

Além disso, segundo ele, as empresas estão atentas às fiscalizações do Crea-PR, que são realizadas com o objetivo de constatar se a obra/serviço é realizado por profissionais legalmente habilitados no Conselho.

Curitiba

Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação mostram que, em Curitiba, capital paranaense, foram registrados 32 acidentes fatais em 2022, aumento de 33% em relação com o ano anterior (24). Já o número de acidentes de trabalho aumentou 17%, passando de 7.896 para 9.317.

Ponta Grossa

Em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, foram registrados sete acidentes fatais em 2022, quase 29% a menos que no ano anterior (5). Já o número de acidentes de trabalho aumentou 149%, sendo que a quarta-feira (39,25%) foi o dia da semana com mais registros, seguido pela quinta-feira (18,8%).

Vinte e um por centro dos acidentes ocorreram das 10h às 12h, seguido das 12h às 14h, com 14%. A maioria das vítimas foram homens (93,16%), sendo que dezembro (28,20%) foi o mês que mais apresentou registros.

O Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, José Aparecido Leal comenta que os acidentes são mais comuns na construção civil e acontecem quando a prevenção falha. Para ele, o levantamento e a análise dos dados se constituem ferramentas de vital importância para a identificação das causas e estabelecimento de ações corretivas de prevenção para evitar a repetição nas falhas levantadas durante a análise do acidente.

“O contato da equipe de segurança do trabalho com os gestores é primordial para o bom andamento das atividades com o intuito de intensificar as ações educativas e avanço dos procedimentos adotados pelas empresas”, frisa.

Pato Branco/Francisco Beltrão

Na região sudoeste do Paraná, os municípios com maior número de habitantes aparecem em posições não desejáveis quanto ao número de notificações de acidentes de trabalho (CAT).

Pato Branco teve 536 notificações de CAT e sete acidentes com óbito, ocupando o 13º lugar entre os 399 municípios paranaenses. A estimativa de subnotificação de acidentes de trabalho é de 11,6% para o ano passado. Francisco Beltrão é o 29º colocado no ranking, com 294 notificações de acidentes de trabalho e dois acidentes fatais. No ano passado, no Paraná, foram registrados 232 acidentes com morte; no mesmo período, foram 2,5 mil acidentes com óbitos no país.

Londrina

Em Londrina, 2,5 mil acidentes foram registrados durante o ano de 2022. Destes, quatro pessoas morreram. Foram concedidos 648 benefícios previdenciários – auxílio doença por acidente de trabalho durante o ano no município e 42 aposentadorias por invalidez. De acordo com o levantamento, Londrina é a terceira cidade do estado que mais registra acidentes de trabalho, perdendo apenas para Curitiba e Cascavel.

Cascavel

No ano passado Cascavel registrou 2.886 notificações de acidentes de trabalho. O número deixa a cidade em segundo lugar no ranking dessas estatísticas no Paraná, atrás de Curitiba (9.317). Em comparação a 2021, quando o total chegou a 2.359, o aumento é 18%. Ainda segundo o Observatório, com relação ao número de mortes, a cidade teve 12 acidentes que resultaram em óbitos no último ano. Em todo o Estado o total foi de 232 e no Brasil chega a 2.500.

Maringá

Em Maringá, na região noroeste, foram registrados 15 acidentes fatais em 2022. Um aumento grande em relação ao ano anterior (2021), quando seis pessoas morreram no trabalho. Porém o número de acidentes de trabalho diminuiu em cerca de 1,5%.

A quarta-feira foi o dia da semana com mais registros (52,95%) de acidentes.  Os homens seguem sendo a maior parte das vítimas, representam 65% do total. Em relação à idade, os jovens de 18 a 29 anos são os que mais sofrem acidentes de trabalho (24%).

Apucarana, Arapongas e Ivaiporã

Em 2022 foram registrados três acidentes fatais em Apucarana, sede da regional, 40% menos do que no ano anterior (cinco). Já o número de acidentes aumentou quase 5% em um ano (de 430 para 451).

Já em Arapongas, sede de inspetoria, triplicou o número de óbitos em acidentes de trabalho de 2021 para 2022 (de um para três). Houve, no entanto, cerca de 10% menos acidentes (552 em 2021 e 496 no ano passado).

Em Ivaiporã, outra inspetoria da regional de Apucarana do Crea-PR, foram 61 acidentes em 2021 e 54 em 2022 – queda de cerca de 11%. Não há registro de óbitos em acidentes de trabalho desde 2018 no município.

 

 

 

 


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