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Disponível em <https://www.crea-pr.org.br/ws/2024/08/manual-expoe-papel-da-arborizacao-urbana-para-conter-mudancas-climaticas/>.
Acesso em 22/12/2024 às 12h04.

Manual expõe papel da arborização urbana para conter mudanças climáticas

22 de agosto de 2024, às 14h38 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

O desenvolvimento sustentável do país está associado à preservação e à arborização urbana, tema do “Manual de Boas Práticas de Arborização Urbana nos Municípios Brasileiros: a engenharia das infraestruturas verdes para a sustentabilidade e resiliência às mudanças climáticas”, publicado pelo Confea. “Com a iniciativa das coordenadorias de câmaras especializadas de Agronomia (CCEAGRO) e de Engenharia Florestal (CCEEF), por meio do Manual, o Sistema apresenta soluções práticas para enfrentar os efeitos do aquecimento global”, considera o presidente do Confea, eng. Vinicius Marchese, na apresentação da obra, disponível aqui.

Ao destacar a importância do tema como instrumento para o desenvolvimento sustentável dos municípios, “visando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos cidadãos”, Vinicius Marchese enfatiza o papel do Sistema Confea/Crea em sua atuação junto aos municípios brasileiros. “Estamos presentes nas regiões mais distantes, através das nossas inspetorias. Essa extensa rede de especialistas está preparada para colaborar diretamente com as prefeituras, oferecendo soluções em áreas como drenagem, saneamento e arborização”.

Ele considera ainda que o manual está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. “Também ressalta a importância das árvores na mitigação das mudanças climáticas e na adaptação aos impactos ambientais, com uma abordagem que beneficia tanto os municípios, quanto contribui para as metas globais estabelecidas pela ONU”.

Na visão do presidente do Confea, o incentivo à atuação profissional por meio da capacitação pode ser um instrumento para a mudança das realidades locais. “Por isso, estamos investindo em intercâmbios, inclusive internacionais, para absorver e aplicar as melhores práticas”, diz, citando o convênio com a Universidade de Medellín, na Colômbia, para a propagação do programa Corredores Verdes, solução que combate o calor extremo. Vinicius Marchese considera que o Manual de Boas Práticas na Arborização poderá contribuir para muitas inciativas sobre o tema no país.

Conhecimento e aquecimento global
Em tempos de mudanças climáticas e de eventos climáticos extremos como os vivenciados recentemente no Rio Grande do Sul e em Pernambuco, os benefícios da arborização de ruas, parques, praças e jardins estão relacionados à estabilidade climática, conforto ambiental, melhoria da qualidade do ar e redução da poluição, entre outras consequências do acúmulo de gases de efeito estufa ao longo dos últimos séculos. Danos que poderiam ter sido atenuados se o planeta houvesse se empenhado em cumprir as metas estabelecidas pela Cúpula da Terra, conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, e pelo Acordo de Paris, assinado três anos depois.

O conhecimento de cada país poderá contribuir para ampliar a mitigação dos danos provocados pelos gases de efeito estufa, diante de um cenário já bem mais complexo. Segundo cita o Manual de Boas Práticas na Arborização, o 6º Relatório da Avaliação do IPCC e o relatório do Estado do Clima Global da Organização Meteorológica Mundial (MMO), publicados respectivamente, em 2023 e 2024, apontam que o ano de 2023 foi o mais quente já registrado,  com temperatura média global próxima da superfície a 1,45° acima da linha de base pré-industrial.  “As ações previstas e implementadas até agora são insuficientes para que o limite do aumento médio de temperaturas estabelecido no Acordo de Paris, de 1,5°, seja atingido nos próximos anos”.

Nesse contexto preocupante, a ampliação da arborização urbana está incluída no conjunto de ações de adaptação às mudanças climáticas. “Isso contribui para diminuir as ilhas de calor, melhora a qualidade do ar e oferece um ambiente mais adequado para os deslocamentos das pessoas em dias de calor intenso, entre outros benefícios já conhecidos”, diz o Manual, cobrando do Estado o planejamento, execução e manejo da arborização urbana, elaborada por engenheiros agrônomos e engenheiros florestais.

Com o conhecimento desses profissionais habilitados para a realização da atividade, o Manual de Arborização desenvolve temas como recursos externos para planos municipais de arborização urbana; iniciativas para envolver a comunidade nos planos; como os profissionais habilitados elaboram e executam a arborização urbana; como é feita a manutenção desta atividade; benefícios da arborização urbana; legislação relacionada à atividade e ainda a apresentação dos conhecimentos necessários para essa atuação.

Entre os profissionais que trabalharam na elaboração do material está o Eng. Florestal Eleandro Brum. Conforme explica Eleandro, o CREA-PR tem diversas ações voltadas ao tema da arborização urbana, entre elas a participação do Conselho no Comitê de Trabalho Interinstitucional para Análise dos Planos Municipais de Arborização Urbana. “Através das câmaras especializadas em Engenharia Florestal e Agronomia, que congrega profissionais que atuam diretamente no tema, já foram promovidas palestras, participação em eventos, apoio e patrocínio a eventos técnicos e científicos que discutem o tema”, conta o engenheiro florestal.

Texto: Equipe de comunicação do Confea com contribuição do Crea-PR.


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