Engenheiro Eletricista e Mecânico paranaense vítima da Covid-19 atuava nos hospitais do estado
Rodrigo Luiz Teibel atuava na venda e manutenção de equipamentos nos hospitais de todo o Paraná7 de abril de 2020, às 15h35 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
“Ele amava o que fazia. Não tinha hora, nem dia. Se o cliente precisasse, ele viajava no mesmo momento para qualquer cidade e o atendia prontamente, só para não deixá-lo na mão”, diz Márcia Gobetti Teibel, viúva do Engenheiro Eletricista e Mecânico Rodrigo Luiz Teibel, falecido na última sexta-feira (03), em Londrina, vítima do Coronavírus.
Rodrigo era uma das centenas de engenheiros que atuam nos hospitais do Paraná. Uma profissão essencial e fundamental no cenário de pandemia da Covid-19. No último ano, cerca de 500 engenheiros prestaram serviços ou atuaram em hospitais em todo o estado. Em Londrina foram 58 profissionais e, deste total, sete fazem parte do quadro técnico de hospitais da cidade.
Conhecidos como Engenheiros Clínicos, esses engenheiros atuam junto a técnicos e tecnólogos para garantir a qualidade e efetividade dos equipamentos médicos – desde um simples medidor de pressão arterial até ventiladores pulmonares e cardioversores, que dão total suporte à vida – dentro dos estabelecimentos assistenciais à saúde.
Segundo a Engenheira Clínica Nathany Grillo Lopes, a área ainda é pouco conhecida, embora exista, desde 2010, uma Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 02/2010) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que estabelece os critérios mínimos a serem seguidos pelos estabelecimentos de saúde para o gerenciamento das tecnologias, e que indica os profissionais habilitados para atuar na área. “Como toda norma a ser seguida, também para essa é necessário um investimento que muitos hospitais ainda não conseguem manter. Hoje, minha formação me habilita a atuar nesse setor, sou Engenheira Biomédica, mas as normativas permitem que outros tipos de engenharia atuem na área contemplando a pós em Engenharia Clínica. Porém, infelizmente essa ainda não é a realidade de muitos hospitais”, lamenta a profissional.
Rodrigo Luiz Teibel
Rodrigo Luiz Teibel e a esposa trabalhavam juntos numa empresa própria que vende e presta manutenção de equipamentos para hospitais há pelos menos 11 anos. Formado em Engenharia Elétrica e Mecânica, Teibel era extremamente respeitado entre os profissionais da área e seus clientes, e tinha experiência no ramo há 20 anos.
“Rodrigo sempre amou trabalhar com todos os equipamentos hospitalares, mas tinha uma área preferida, que era a esterilização. Ele tinha um vasto conhecimento sobre o assunto. Quando fazíamos treinamento, eu podia perceber o quanto ele era prestigiado. As pessoas o chamavam para explicar sobre o assunto. Foi um profissional muito respeitado, não só no Paraná como em todo o Brasil”, completa Márcia.
Antes de apresentar os sintomas, Teibel realizou uma viagem a Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para realizar um curso sobre ultrassom e raio-X nos dias 18 e 19 de março a fim de trabalhar com uma nova representação. “Vi algumas notícias que vincularam a ida dele ao estado para realizar um curso sobre ventiladores mecânicos, o que não é verdade”. Para ela, a contaminação pelo vírus deve ter acontecido durante o exercício profissional nos hospitais. “Ele fez o treinamento com mais cinco pessoas dentro de um auditório, inclusive, eu estava com ele. Não acredito que a contaminação tenha ocorrido ali”, diz ela. Márcia também afirma que o engenheiro estava com o emocional abalado, o que teria contribuído, segundo ela, para o agravamento do estado de saúde. “Ele estava bastante preocupado com a pandemia e principalmente com a mãe dele, que já é idosa e está no grupo de risco. Na minha opinião, isso influenciou muito”. Ainda conforme Marcia, Rodrigo tomou todas as medidas preventivas e cuidados necessários no combate ao Coronavírus durante o exercício da profissão, seguindo as orientações do Ministério da Saúde e das autoridades sanitárias.
O sentimento que fica é de orgulho do homem e profissional de Rodrigo Luiz Teibel. “Quando olho para trás e vejo tudo que fizemos juntos, percebo que realmente perdi muito mais que um companheiro. Perdi um parceiro, sócio, marido, profissional e pai dos meus filhos. A gente dividia tudo meio a meio, tanto em relação à empresa, como nos cuidados da casa e das crianças. Tomávamos decisões em conjunto. Posso dizer com toda a certeza que ele foi um grande homem, diz Márcia.
Rodrigo Luiz Teibel tinha 37 anos e sofria de comorbidades como hipertensão, obesidade. Ele deixa a esposa e dois filhos pequenos, de quatro e seis anos.
O Crea-PR lamenta a morte deste profissional.
Samara Rosenberger
Assessora de Imprensa do Crea-PR / Regional Londrina
Muito triste a perda de um Londrinense trabalhador, pai e chefe de família.. Que Deus o tenha !
Perdemos um cara incrível! Deus dê forças a toda família. Sds eternas.
A engenharia perde um grande profissional e os céus recebem um grande Espirito.
Que Deus abênçõe os que ficaram. Pois ele já se encontra ao lado do Pai.
Meus sentimentos 😢
Tive o prazer de conhecer o casal.
A pessoa de Rodrigo além de um exelente profissional, um exemplo de caráter e simpatia.
Os conheci, como prestador de serviços.
Meus sentimentos.
Só quero dizer que é lamentável.Um cidadão até novo!
Um grande profissional!