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Acesso em 24/11/2024 às 05h39.

Debate sobre o Lote 6 da nova concessão das rodovias do Paraná

19 de março de 2021, às 22h10 - Tempo de leitura aproximado: 7 minutos

Ocorreu nesta sexta-feira (19), de forma on-line, a reunião sobre o Lote 6 da nova concessão das rodovias paranaenses, com a participação de várias instituições municipais e estaduais. A abertura do debate foi realizada pelo engenheiro João Arthur Mohr, gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), que destacou em sua fala a importância desta obra para todo o estado : “A obra deste lote é uma das mais importantes a serem debatidas, até considerando em questões de valores”.

O diretor de Transporte Rodoviário do Ministério da Infraestrutura, Guilherme Luiz Bianco, junto à equipe da EPL (Empresa de Planejamento e Logística) realizou sua apresentação, assim como a introdução técnica do projeto e a relevância desse lote. Ele reforçou mais uma vez os três principais pilares abrangidos pela nova concessão: segurança viária, fluidez e tecnologia.

Essa obra que é considerada a maior em investimento e extensão, contando com a aplicação de R$ 8,64 bilhões, sendo a que requer mais aplicação de verba para sua estruturação. Com uma extensão de 638km, são 444km de duplicação – sendo esse o maior foco desse lote -, 492 km de faixas adicionais/terceira faixa, 111km de marginais e 14km de ciclovias. Além dessas quilometragens, terá a aplicação de 120 dispositivos, 34 passarelas e 10 contornos urbanos, entre outras melhorias.

O Lote 6 apresenta obras na BR-277 – entre Foz do Iguaçu, Cascavel e Guarapuava até o Trevo do Relógio -; BR-163 – entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques – Sudoeste -; PR-280 – entre Realeza, Francisco Beltrão e Pato Branco. “O volume de tráfego dessas regiões pode necessitar até de uma ampliação de três a quatro faixas, e, com esse projeto, nós estamos nos assemelhando às concessões de São Paulo”.

Os focos maiores dessas obras são especificamente: BR-277 – duplicação de Cascavel e Matelândia (64km), duplicação entre Guarapuava e Cascavel (247km), marginais em Cascavel (29km)-; PR-182 – marginais em Realeza (8,5km), duplicação entre Marmelândia e Francisco Beltrão (71km) -; BR-483 – marginais em Francisco Beltrão (12km); e PR-280 / PR-180 / PR-483 / PR-158 – duplicações entre Francisco Beltrão e Pato Branco (62km).

Na visão de Guilherme Luiz, existem três grandes benefícios junto a essa ampla obra. “O primeiro benefício desse lote foca na BR-277, o grande sonho em execução de obras, uma ‘ferida’ muito forte do Estado do Paraná. O segundo é a PR-280, pois por muito tempo o Sudoeste do estado não teve uma perspectiva de infraestrutura deste nível, e com esse projeto temos um novo otimismo para a região. Como terceiro ponto, destaco as tarifas altíssimas, e com esse projeto nós entendemos que é o melhor que pode ser feito em relação à redução de tarifa”, finalizou.

Viagem Virtual

O Lote conta com uma grande implementação de vias marginais, duplicação, trombetas, diamantes, retornos, pontes novas e passagem de pedestres. Com a previsão de ser o maior lote, foi elaborado um maior número de paradas para os caminhoneiros.

“Temos previsto de 10 a 11 paradas no total, sendo três neste lote. Lembramos que essas paradas serão gratuitas e de responsabilidade das concessionárias, e, junto delas, teremos também a implementação e melhoria dos postos de polícia”, concluiu Guilherme.

Redução das Tarifas

Bianco destaca que há uma confusão no Paraná, onde foi apontado um aumento de 40% em todas as praças, o que não seria verdade. A tarifa atual do estado está entre R$ 12,90 a R$ 17,00 e com as obras passará a ter uma diminuição significativa. “Na média, o estado inteiro terá apenas 23% de aumento nas tarifas após todas as obras executadas”, sendo esse o melhor vislumbre que a EPL pode apresentar para a região.

Facilitação de mobilidade e segurança

Visando trazer um projeto com uma visão sustentável social e ambientalmente, é destacado que “todas as obras passarão por um processo de licenciamento ambiental, podendo ser do Ibama ou do próprio Instituto Água e Terra do Paraná, dependendo da obra”, fixando o pensamento de trazer uma obra que garanta mais segurança e maior vida útil, de modo que não agrida o bioma do estado.

Focando também na segurança, o projeto tem a ambição de ter toda a rodovia monitorada por câmeras e disponibilizar sistema WiFi para ter um contato mais rápido com a concessionária, ajudando em situações de acidentes urgentes, roubos de carga ou de outras necessidades nas rodovias. Outro ponto é a implementação de postos para que ambulâncias que contam com sistemas de UTI e médicos consigam atender em 15 minutos, sendo o tempo médio hoje de 60 minutos.

Participação do Crea-PR

Criação de trevos

A engenheira civil Regina De Toni, coordenadora da Comissão de Avaliações e Perícias e inspetora Chefe do Crea-PR em Realeza, reforçou a importância da criação de um trevo ou uma melhor sinalização na altura da Universidade Federal do Fronteira Sul. “O trecho contém um fluxo muito grande, principalmente nos horários de aula, sendo à noite a parte mais perigosa. Seria muito necessária uma passarela. […] Gostaria de falar também sobre a possibilidade de fazer um estudo sobre o aumento de ciclovias em Realeza, pois a cidade possui bastante ciclistas diários”.

Bianco responde que é possível fazer um estudo para a implementação de uma trombeta ou de um diamante na região e assim facilitar a locomoção na mesma. “Temos o planejamento de duplicar a rodovia e colocar um retorno, resolvendo os problemas de acidente na região e a falta de sinalização. A questão das passarelas seria resolvida com a implantação do diamante”. Sobre as ciclovias, ele ressaltou que está no planejamento colocar passeios e calçadas em todos os trechos que tiverem marginais para os ciclistas.

Inclusão de Pato Branco

O engenheiro agrônomo Clodomir Luiz Ascari, vice-presidente do Crea-PR e presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos, participou do debate destacando a atuação do Crea-PR com a sociedade e a valorização dos profissionais. Falando em nome de todas as instituições, Clodomir cobrou uma posição acerca do cumprimento do contrato e uma transparência maior com a população na questão das tarifas.

Para finalizar sua fala, o vice-presidente destacou: “o nosso interesse é contribuir de maneira bastante positiva para o que a sociedade espera do Crea, sempre estamos defendendo a sociedade e ela conosco”. Ele ainda questiona que “o trecho que vai até Pato Branco não está incluído. Foi uma tristeza muito grande para todos e a via é uma grande opção para ir à Curitiba, gostaria de saber se há a possibilidade de reavaliar este trecho?”.

“Sobre estender até Pato Branco, a tarifa do Lote 6 já é maior do que a dos outros lotes, pois há mais investimento do que receita, e, neste trecho para dentro, piora o lote como um todo. Uma das soluções é estudar este trecho junto com o da BR-476 e da BR-153, pensando em um outro Lote para incluir ele”, finalizou.

Programa de Governança

O engenheiro civil Everson Mesquita, inspetor do Crea-PR, levantou questões bastante importantes para o estado. “Quanto ao acesso a Laranjeiras do Sul, teria como antecipar no cronograma o início dessas obras, tendo em vista que há muitos registros de acidentes naquele local e seria o trecho que menos recebeu obras em nosso contrato de concessão. Outra questão são as ciclovias, pois temos alta demanda, elas estão previstas para os trechos das marginais?”. Everson também pontuou o cumprimento de um sistema de governança e de como seria elaborado esse acompanhamento.

O diretor Guilherme voltou a reforçar que ‘tendo as vias marginais, haverá a implementação de um trecho para o pedestre e o ciclistas, não é uma ciclovia específica, mas atende muito a essas questões das vias marginais”. Sobre as trincheiras, Guilherme aponta o problema de ter muitas obras ao mesmo tempo, prejudicando a logística, o que não seria o planejamento da obra.

Bianco destacou de forma descontraída a persistência dos profissionais do Crea-PR com a governança, pois todos os representantes citaram essa questão, e comenta: “o Crea tem uma responsabilidade com a sociedade paranaense de cuidar de todos esses pontos e, além disso, haverá muita geração de emprego para os profissionais registrados no Conselho”.

Finalizando, Guilherme pontuou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), fica responsável pela fiscalização e revisão dos contratos no projeto do Paraná, e todas as informações são publicadas pela própria instituição em seu site, oferecendo tanto aos profissionais quanto à sociedade toda a transparência necessária.

Texto: Brenda Borges – Comunicação Crea-PR


Comentários

  1. Vital Severino da silva says:

    Bom dia ao meu ver o povo que trafega por estas regiões do pr, continuarão sendo sangrados pois já pagamos impostos pra construções e manutenção das estradas e até nos combustíveis tem tarifas pra isto. E o que aborre como cidadoes que não são respeitados e acaba sempre sendo lesado na verdade pois nem dão alternativas ….ex ., Tenho uma filha queque pagava 44 vezes pedágio pra rodar44 km

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