Marca do Crea-PR para impressão
Disponível em <https://www.crea-pr.org.br/ws/2022/08/destaques-para-docentes-no-fdd/>.
Acesso em 10/08/2024 às 16h25.

Novas DCNs, qualidade de ensino e atribuições são debatidos pelos docentes

Os temas foram destaque na programação voltada aos docentes nesta quarta no 29º Fórum de Docentes e Discentes do Crea-PR

31 de agosto de 2022, às 21h05 - Tempo de leitura aproximado: 12 minutos

Nesta quarta-feira (31), o 29º Fórum de Docentes e Discentes do Crea-PR iniciou com o Painel Residência Técnica, direcionado a todo o público presente e aos espectadores no canal do Youtube do Crea-PR e do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz – FAG.

O evento anual que reúne coordenadores, professores e acadêmicos dos cursos das Engenharias, Agronomia e Geociências de todas as regiões do Paraná, trata de questões atuais do ensino superior e aproxima as Instituições de Ensino da realidade de atuação do Conselho.

O álbum de fotos do evento pode ser acessado em nosso Facebook.

Painel Residência Técnica

As painelistas Eng.ª Civ. Gabriela Mazureki Campos Bahniuk, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG,  coordenadora do Programa de Residência Técnica do Governo do Estado do Paraná em Projetos e Obras Públicas; e a Eng.ª Alim. Ana Claudia Barana, também da UEPG, coordenadora do Programa de Residência em Engenharia e Gestão Ambiental, apresentaram aspectos gerais do funcionamento de cada projeto. Na sequência, a fala foi do conselheiro do Crea-PR, Geógr. Marcos Aurélio Pelegrina, coordenador de Ciência e Tecnologia da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Coordenadoras do Programa de Residência Técnica em Engenharia no Paraná apresentam painel no evento.

As painelistas demonstraram o andamento do Programa de Residência Técnica, o número de estudantes que já participaram e todos os benefícios para a formação e carreira profissional deles.

Veja aqui a mesa redonda no canal do Crea-PR o Youtube.

O mediador Pelegrina explicou que a “Residência é um programa de estado, não de governo, e é regida por lei e permanente, com o objetivo de vivencia técnica aos estudantes e capacitação dos servidores públicos, para que possam participar de um curso de especialização e trabalhar dentro da organização com as soluções desenvolvidas durante a formação”. Ele conta que desde o início do Programa foram capacitados 796 servidores.

O Programa de Residência Técnica nasceu no Estado do Paraná, inclusive por uma demanda do Sistema Profissional Confea/Crea, e iniciou na área de Engenharia e Obras Públicas há quatro anos. Hoje, ele é copiado por vários outros estados e pelo Distrito Federal.

Após as explanações foi aberto espaço para perguntas da plateia, presencial e on-line.

A primeira pergunta foi como é vista essa formação pela qual os engenheiros passam para alcançar sua inserção profissional. A professora Gabriela explicou que “trata-se de uma oportunidade de continuação de conhecimento técnico única para os recém-formados terem essa experiência. Vemos que muitos, durante a Residência, recebem convites de empregos em empresas privadas ou já assumem cargos em órgãos públicos, diversas oportunidades se abrem”.

Na Residência na área de ambiental, foi questionado se a celeridade do processo de licenciamento ambiental no Paraná, comparado a outros estados, pode ter relação com a participação dos profissionais neste Programa. Para a professora Ana Claudia a resposta é “sim, pode ter relação, pois esses profissionais que passam pelo Programa ResTec conhecem todos os passos dos processos, sabem desenvolver os documentos e depois na atuação no mercado eles têm a vantagem dessa experiência e conhecimento”.

Foram feitas perguntas também por profissionais e representantes de Instituições de Ensino sobre como ingressar no Programa; as painelistas explicaram como funciona e afirmaram que os egressos têm alta taxa de empregabilidade.

Fique atento ao site da SETI para acompanhar as publicações dos editais

Implantação das novas DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais) e a Curricularização da Extensão

Eng. Civ. Everlei Câmara, coordenador-adjunto da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Crea-PR (CEAP)

Ainda pela manhã, os docentes participaram da oficina técnica ‘A implantação das novas DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais) e a Curricularização da Extensão’. O primeiro painel foi apresentado pelo Eng. Civ. Everlei Câmara, coordenador-adjunto da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Crea-PR (CEAP). Ele deu um panorama geral da implantação das novas DCNs no Estado do Paraná e falou da participação da CEAP, explicando sobre as mudanças que vieram com essa implantação. Uma delas é que não há mais uma carga horária mínima estabelecida para cada disciplina, o aluno pode escolher quantas horas quer fazer de cada uma delas, mas carga mínima geral do curso, de 3.600 horas, foi mantida.

Como as DCNs propõem que a aprendizagem seja realizada com a prática, durante o processo de formação diversas atividades contribuem para gerar competências aos egressos dos cursos de Engenharia.  “As diretrizes estão propondo que o acadêmico aprenda fazendo, e principalmente que o protagonismo do aluno deve estar presente ao longo do currículo” explicou o professor Everlei Câmara.

Eng.ª Civ. Barbara Pergher Dala Costa

A Eng.ª Civ. Barbara Pergher Dala Costa explicou como foi implantada a nova matriz curricular no Centro Universitário Campo Real de Guarapuava e a professora Evellyn Claudis Wietzikoski Lovato, coordenadora de Pesquisa e Extensão, falou sobre a curricularização da Extensão na Unipar.

Professora Evellyn Claudis Wietzikoski Lovato, coordenadora de Pesquisa e Extensão do Centro Universitário Campo Real de Guarapuava

Segundo Evellyn, a regularização começou com a Resolução 7/2018 que estabelece diretrizes para a extensão. A meta do Plano Nacional de Educação – PNE – é assegurar, no mínimo, 10% do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária. “Nesse novo planejamento da nova matriz de 2022, prevemos a extensão em todos os períodos, dessa forma se monta uma carga de aprendizagem” evidenciou a coordenadora.

rogerio-marcos-palestrante
Eng. Eletric. Rogério Marcos da Silva da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) de Apucarana

O Eng. Eletric. Rogério Marcos da Silva da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), de Apucarana, apresentou o projeto de extensão ‘Lar Seguro’, que conta com alunos não só de engenharia elétrica, mas também de outros cursos da UTFPR, divididos em equipes híbridas. O público alvo são famílias residentes em unidades consumidoras de baixa renda, onde foram identificadas instalações elétricas precárias durante as inspeções nas residências, e depois implantadas soluções elétricas que melhoraram suas vidas.

Eng. Contr. Autom. professor Ricardo Alexandre Diogo, da PUC-PR de Curitiba

O Eng. Contr. Autom. professor Ricardo Alexandre Diogo, da PUC-PR de Curitiba, também falou sobre a implementação das DCNs. “Formamos equipes multidisciplinares que trabalham com desafios reais envolvendo a sociedade. Para que os projetos funcionem bem, 90% dos professores passaram por algum processo de capacitação sobre as novas DCNs”, destacou Ricardo.

Jean-Marc-palestrante
Pró-Reitor da UTFPR de Pato Branco, Eng. Mec. Jean-Marc Stephane Lafay

O pró-Reitor da UTFPR de Pato Branco, Eng. Mec. Jean-Marc Stephane Lafay, sobre a aplicação das novas DCNs, afirma que “existe a necessidade de aprimoramento de técnicas de ensino e a necessidade de envolver os estudantes para auxiliarem no feedback”.

Pró-reitor acadêmico do Centro Universitário Uniamérica Descomplica, Geógr. Gilberto Zembrani

Na sequência, o pró-reitor acadêmico do Centro Universitário Uniamérica Descomplica, Geógr. Gilberto Zembrani Júnior, falou sobre o método que utiliza a pirâmide de aprendizagem de Willian Glasser e a taxonomia de Bloom, com auxílio de alguns pilares essenciais do modelo educacional Uniamérica Descomplica. “Dentro dos nossos cursos de Engenharia o estudante faz oito projetos reais com auxílio dos mentores e, para que isso ocorra, tivemos que mudar nossos espaços de atividade. Todas as salas de aula se transformaram em estações de trabalho, já que os estudantes estão a todo momento realizando projetos” explicou.

Ao final das apresentações a Eng.ª Civ. Carolina Alvin, da Unifil, mediou um debate sobre os pontos positivos e negativos da implantação das DCNs.

Qualidade de ensino pós-pandemia

Eng. Civ. professor Marcos Tozzi

No período da tarde, os docentes assistiram o painel Qualidade de Ensino pós-pandemia, ministrado pelo Eng. Civ. professor Marcos Tozzi. Ele afirma que o número de cursos de Engenharia Civil está aumentando e que metade dos alunos está migrando para as aulas na modalidade educação a distância. Tozzi mostrou os resultados do Enade 2019, realizado pouco antes da pandemia, e explicou que os dados dos anos seguintes só estarão disponíveis no próximo Enade, e “então será possível avaliar com dados mais precisos quais foram as consequências da pandemia”.

O segundo painel foi apresentado pelo Eng. Mec. Jean-Marc Stephane Lafay, que abordou a rediscussão e ressignificação do ensino presencial para os professores e para os estudantes. Citando frases de pensadores como Sócrates e Hesíodo, que relataram sentimentos parecidos com os atuais, ressaltou que os problemas não vieram com a pandemia, somente foram ampliados. “O modelo universitário que funciona muito bem inclui a geração e disseminação do conhecimento científico, a formulação de currículos mínimos, conversão de conteúdo em disciplinas e aulas expositivas cuja avaliação é pautada na memorização. Os resultados vão além do diploma e incluem a profissão, mobilidade social e o sucesso econômico”, destaca.

Historiador Leandro Henrique Magalhães

Sobre o ensino on-line, ensino a distância e ensino híbrido, o historiador Leandro Henrique Magalhães trouxe algumas reflexões importantes. Ele citou exemplos de educação a distância, como telecurso, e de jornais impressos que foram se modificando para atingir o público com a chegada da Internet. “As pessoas estão se manifestando livremente em diferentes momentos e locais, e por meio do conceito de interconexão estão mudando os conceitos de comunidades virtuais de aprendizado” explicou o historiador.

Eng. Eletric. Fernando Felice

Na sequência das apresentações, o Eng. Eletric. Fernando Felice mediou o debate, momento em que os docentes relataram a dispersão de muitos alunos nas aulas presenciais pelo uso dos celulares e citaram exemplos de metodologias ativas que podem transformar o ensino presencial por meio das  das novas DCNs.

Lançamento do Manual de Procedimentos da CEAP do Crea-PR

O Manual lançado no evento foi elaborado para reunir as informações relativas aos processos de cadastramento de Instituições de Ensino, cursos e outros processos afetos à CEAP. Ele tem como base o Manual de Procedimentos elaborado pela CEAP do Confea, encaminhado aos Creas no final de 2021, mas observa as particularidades vigentes no Crea-PR conforme deliberações da CEAP, decisões do Plenário e das Câmaras Especializadas.

O objetivo do Manual é servir de guia aos atores envolvidos na instrução, análise e relato dos processos que passam pela CEAP, Câmaras Especializadas e Plenário: conselheiros e funcionários do CREA-PR. Também serve de referência aos coordenadores de cursos para a compreensão da legislação e entendimento dos processos relativos às Instituições de Ensino.

Presidente do Crea-PR, Eng. Civ. Ricardo Rocha

“Esse Manual será um grande conselheiro para aqueles que participam do CEAP”, ressaltou o presidente do Crea-PR, Eng. Civ. Ricardo Rocha.

Concessões de Atribuições Profissionais pelo Sistema Confea/ Creas

Eng. Agr. Almir Gnoatto, coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Crea-PR

A última oficina técnica do dia para docentes teve como tema as ‘Concessões de Atribuições Profissionais pelo Sistema Confea/ Creas’. O Eng. Agr. Almir Gnoatto, coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Crea-PR, falou sobre a atuação da Comissão.

O Crea-PR tem atualmente 120 Instituições de Ensino cadastradas, sendo 617 cursos registrados e outros 96 em processo de cadastramento. Esses cursos são divididos como graduação plena, tecnólogos, pós-graduação e técnicos. De acordo com Gnoatto “a falta de cadastro prévio da Instituição e do curso atrasa o registro dos egressos no Conselho, pois deve ocorrer todo o processo desde o início”.

O Manual de Procedimentos da CEAP foi desenvolvido justamente visando organizar as informações e a legislação aplicável a esses processos, disponível para consulta.

Eng. Agr. Luiz Antônio Correa Lucchesi, Superintendente do Ibama no Paraná e coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Confea

O segundo painel foi apresentado pelo professor Eng. Agr. Luiz Antônio Correa Lucchesi, Superintendente do Ibama no Paraná e coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Confea. Ele explicou sobre as atribuições da Comissão de Educação e do Sistema. “Temos procurado nos aproximar pró-ativamente do sistema educacional, que é regido pelo Ministério da Educação”, disse.

“Hoje, o que mais nos afeta, é a Resolução 1.073 de 19 de abril de 2016, que precisa ser aprimorada na prática. Por mais que os dirigentes tenham boa vontade na Instituição do Ensino, o egresso poderá exercer sua profissão somente se estiver de acordo com as atribuições que lhe forem permitidas”, explicou o Eng. Agr. Lucchesi.

Conselheiro Eng. Agr. Alexandre de Castro Salvestro

O debate final foi mediado pelo conselheiro Eng. Agr. Alexandre de Castro Salvestro, que falou sobre um levantamento que está sendo feito com Instituições de Ensino Superior para mensurar a qualidade do ensino das Engenharias no Brasil.

A discussão girou em torno da prova de proficiência para profissionais do Sistema Confea/Crea, assim como já é realizada em outras áreas.

Programação

O Fórum acontece com apoio do Confea, da Mútua-PR e da CredCrea Cooperativa de Crédito, além do anfitrião, FAG. A Comissão de Educação e Atribuição Profissional, o Colégio de Instituição de Ensino e os membros dirigentes do CreaJr-PR, são responsáveis pela programação do evento.

A programação completa e todos os painéis e palestras estão disponíveis no site: https://portaldaeducacao.crea-pr.org.br/forum-de-docentes.php

O evento também pode ser acompanhado em tempo real pelos canais da FAG e do Crea-PR no YouTube.

Relembre aqui como foi a abertura do evento.


Comentários

Nenhum comentário.

Deixe um comentário

Comentários com palavras de baixo calão ou que difamem a imagem do Conselho não serão aceitos.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *